quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Aos amigos do blogsfera

Mais um ano se encerra e não dá pra contar todas as bençãos que Deus nos dispensou. Só o fato de mantermos a saúde para luta do dia-a-dia é motivo suficiente para agradecermos a todo momento. A impressão   que temos é do tempo passando cada vez mais rápido seja pelo passar dos anos(sobretudo nós professores que volta e meia encontramos alunos de vários períodos) seja pela quantidade de afazeres  que nos toma o tempo sem que possamos enxergar sua passagem ou mesmo senti-la. Escrevi muito mais do que imaginara e menos do que gostaria , justamente porque os afazeres tinham prioridade e nessa correria "para ter com que pagar" esse espaço tem sido o lugar de desabafo, crírica e feitura de novas amizades com as quais também aprendo muito da vida bandida que nas penas de Ane Brasil  e Jens  aparece-nos na sua forma mais irônica e desconcertante, pelo olhar de  Fernanda  , mãe a cada instante , revela-se um quintal onde podemos descobrir mil e uma maravilhas escondidas por outros que passaram ali.  O saudosismo entusiasta daquele que tem sobrenome de super-herói que Pedro adora Chammas , muitas vezes comove como foi seu encontro com Soninha que assisti de camarote e nos causou muita alegria em ver que o amor floresce ainda.  Reencontros como os que tive com Rodrigo e Danielle  meus ex-alunos que enveredaram pelo caminho da Educação e nutrem os mais altos valores .  Georgia   que lá de terras longincuas lembra que o Senhor é dono de toda prata e de todo ouro prova que podemos fazer muito se houver amor n o coração e a Zélia que consegue transformar aquilo que já ouvimos em pequenos diamantes que de tão singelos mostram-se raríssimos.  Ricardo mann , amigo topa-tudo, com o qual revisitei um passado progressivo (me refiro ao rock que escutava na casa de meu tio na minha infância ) e que de alguma forma influenciei, trazendo-o para blogsfera.  As defenestrações de Paula  que na sua juventude apresenta tanta maturidade  e espírito idealista, acreditando   que por meio da arte ainda podemos ensinar algo positivo. Aprendo também com Jota em suas intinerantes palavras que revelam as experiências de uma vida   inteira testemunhadas por sua filha Sandra que por meio do grafite exprime sua ideias e alegrias. Os mesmos caminhos profundos que as palavras nos permitem percorrer encontro-os também os textos de Dade  Amorim escritora -avó um tanto filósofa em seus ensaios postados. Não posso me esquecer de minhas duas escritoras favoritas; minha oitentista Lucy e minha bela abelha bailarina  Jacquelitera com as quais aprendo diariamente..
  Espero poder continuar a visitá-los e continuar a aprendendo com seus relatos, espero  e peço que o Senhor continue abençoando as vidas de cada um de vocês e de todos os seus familiares porque "o tempo está próximo" e em cada página , em cada  texto , em cada blog , em cada ser renovo também a esperança de que os dias melhorem ou pelo menos que possamos passar por eles com leveza. Obrigado a todos e um forte abraço. Feliz natal e um ano novo de muitas realizações.   

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Origens da desagregação.


Essa foto ai em cima é realmente linda, não é? Eu também concordo. Ela foi tirada por ocasião da festa de aniversário do Pedro que aconteceu no último dia 20.11. Aqui no blog  vocês já devem ter percebido que somos pais a moda antiga. Nestes  aniversários, "vida a fora",percebemos que algumas práticas, homeopaticamente, vão contribuindo  para desagregação de uma comunidade que normalmente era mais unida e se conhecia melhor. Me refiro a comunidade dos pais.  Eu sei que muitos fatores contribuem para esse fenômeno que tem sido desconsiderados por muitos.  No entanto, a cada aniversário percebemos o descontrole da criançada refletida em uma série de atitudes no decorrer do evento. Esse descontrole é sempre pontuado pelas professoras, mas muitos pais parecem fingir não ouvir. Exatamente como o menino que, ao ouvir minha voz lhe chamando atenção, fingi não escutar e continua batendo no colega , ou não respeita o tempo do pula-pula (porque só existe ele no mundo). As notícias de jovens que agridem outras pessoas  simplismente porque não se agradaram do jeito do outro   ou porque foram contrariados em alguma "vontadezinha" são cada vez mais frequentes e as pessoas não sabem porque isso acontce. Isso acontce em parte porque nossos pequeninos desde muito cedo, sobre o pretexto de adquirirem autonomia, são deixados a própria vontade ou a propria sorte de seus desejos ainda imaturos. O aniversário está entre os últimos dispositivos de aglutinação   onde podemos entrar em contato com as famílias, conhecer os pais e construir uma rede de conhecimentos que pode de alguma forma, se não proteger, pelo menos livrar nossos filhos de acidentes, maus tratos e da prática que insiste e persiste nas escolas, o famigerado bullyng. Assistimos alarmados a mudança de comportamento que com certeza influênciará o caráter desses futuros adultos. Fico me perguntando se o caso daquelas duas meninas mortas na Bahia, depois de trocarem mensagens via internet durante bastante tempo com o conhecimentos dos pais, não seja consequência deste lento,  mas definitivo, processo de desagregação, onde ninguém  fala nada, ninguém chama mais atenção, onde não se diz mas NÃO. É muito ingênuo acreditar que a escola vai suprir deficiências advindas de casa, mas infelizmente a mentalidade parece caminhar para esse rumo e tal qual um produto replicado, comprado no shopping a Educação vai  perdendo sua aura e vai se misturando as neurozes e as faltas cada vez maiores, vivênciadas, nesta terra de ninguém  em  que se transforma a sciedade mais próxima de nós, aquela comunidade que vai afroxando seus laços.   

sábado, 30 de outubro de 2010

Óculos.




"Eu preciso dizer que eu nunca fui o tal, era mais jogo seu tentasse fazer charme de intelectual,
Se eu te diser piriga você não acreditar em mim, eu não nesci de óculos eu não era assim"  
 
Só me lembro da abertura do filme "!janela da alma" que para todo miope que se preze é muito familiar..o mundo todo visto embaçado. Posso fazer como o Herbert Vianna cantou: "se tô alegre eu ponho os óculos e tudo bem, mas se eu tô triste eu tiro os óculos eu não vejo ninguém". Desconforto total me invade se não estou com meus queridos olhos postiços.  Meu oftalmologistajá profetizou; faça uns óculos e deixe esse aí de reserva se não....tu tá lascado, meu filho.  Os óculos me proporcionaram uma entrada no mundo da leitura de um jeito mais confortável, na verdade pela insistência em ler em local mal iluminado fez-se a  necessidade do uso de tal aparelho. É certo que a primeira vez que os coloquei no rosto o mundo ficou minusculo, pois eu enxergava demais, já havia me acostumado com a imagem a se formar detrás da retina , não havia nada de errado atá que um dia de noite voltando para casa..perdi o ônibus. Olhava, olhava e quando descobria que era o meu ele já tinha passado. Adeus pelada, jogo de volêi (eu era quase um atleta) me restaram entretanto a caminhada  em trilha e a escalada, esportes muito mais radicais. 
 Recordo-me que na lua de mel que passamos em cao-frio (fora de temporada) fui em direção ao mar, no único dia que reesolvemos ir a praia, que estava lindo , via tudo com a maior nitidez, o mar verde azulado, um surfista de marola vindoem minha direção.....e... tibum! dei um mergulho, quando voltei a tona o mundo era todo turvo, não via minha  bela abelha e com uma última esperança fui em direção a ela perguntando;__você viu meus óculos? __não meu bem, você mergulhou com eles! Vejam só a que ponto chegamos , esse objeto já faz parte do meu corpo. Gosto de meus óculos trás um certo ar de intelectualidade ainda que falso!  Minha bailarina seguiu a risca a continuação da letra da música pois ela sabia que " por trás dessa lente tem um cara legal"    

domingo, 17 de outubro de 2010

O casulo, aborboleta e algumas gavetas.

 Agente vai remexendo e acaba encontrando coisas boas quando resolve arrumar nossa gaveta. A gaveta do armário que guarda aquilo que existe de material em nossas vidas nos remete aquela outra gaveta, aliás outras várias gavetas que existem em nós e que contém a imaterialidade do que vivemos, nossas cobranças, as imagens, os cheiros e os sons com os quais convivemos e que nos marcaram. Quando remexemos qualquer   gaveta por menor que seja em algum armário, prateleira ou gaveteiro, ao encontrar uma foto ou um objeto, que para o "outro" não diz nada, recuamos no tempo.  O ato da escrita é como remexer nas gavetas correndo o risco de um outro alguém se identificar com nossos papéis, fotos e guardados.  Virar borboleta após sair do casulo para mimi é um pouco demais. A ideia do casulo onde vou arrumando -desarrumando minhas coisas, me atrai mais, mas se te agrada pode considerar minhas linhas como borboletices coloridas, afinal meu casulo não é todo escuro, não! tem lugar pro colorido e pra luz também! e para música, para poesia..na verdade é essa possibilidade que nos faz dar um outro olhar sobre aquelas lembranças encontradas na gaveta ao remexer e remexer...Eu gosto do casulo e da borboleta, portanto considero-me uma alma de colorido casulo. Talves um pouco espesso por fora, rústico até, eu diria com diversos tipos de galhos retorcidos, bastante barro pra não deixar nada de ruim entrar. Um tamanho ideal pra não ocupar muito espaço e confortavel por dentro além de multicor, esse material tem de ser bem sólido pra protejer dos predadores, tá cheio de gente que quer futucar só pra ver o que é que tem dentro, mas não quer compartilhar, as vezes porque não tem cor o suficiente e ai fica triste de ver qualquer outro casulo pronto pra eclodir....Então Mermão, cuide bem do seu casulo, desta forma você poderá compartilhar suas lembranças sem problemas , isso se você não virou uma (ou um ) borboleta, é claro!          

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre aranhas e teias

Pedro me griou;__Pai vem ver, rápido! Como de costume ele quer mostrar tudo o que parece impressionante aos seus olhos. Quando cheguei pra conferir, realmente fiquei impressionado com o tamanho do da teia que ele me mostrava. Não só o tamanho mas a trama feita pela aranha.  A voz dele já ia distante enquanto imaginava a vida naquela trama ou a trama da vida feito uma teia de  aranha, que de longe nem se vê direito de tão fina e delicada. No entanto há uma forte resitência naquela fina linha assim como nossas relações que se sustentam por invisível fio tecido pelos dizeres, olhares, gestos, ações e presenças. A aranha parecia flutuar no espaço vazio quando  a avistei  pela preimeira vez, e mesmo em um olhar mais atento demorei a identificar as tramas mais complexas da teia. Apenas  a luz do sol me fez ver as sustentações daquela casa flutuante e seguindo o brilho do fio como se fosse guiado por um fio de Ariadne, cheguei ao centro e quase não acreditei pois um fio quase encostava no outro. Essa invisibilidade é aquela que nos ajuda a entender um pouco sobre o funcionamento de nossas vidas e tá ali pra quem quiser ou puder ver. Na verdade a teia como a vida está tão evidente que acaba se escondendo e agente vai se esquecendo de que existem os pequenos fios. A aranha os tece com paciência, um de cada vez do mais simples para o mais complexo. Muitos de nós nem sabemos que, também, tecemos uma teia; no trabalho, em casa, entre os vizinhos, na escola, na faculdade. Quando perdemos ou não tecemos bem cada um desses fios-sustentéculos nossa teia fica um pouco mais fraca. Porém observando a natureza percebemos que como a aranha podemos sempre refazer a teia porque assim como a chuva, o vento as mudanças de estações, algumas predadores estão entorno da teia sempre a ameaçar e a desfazê-la. Os contra-tempos, as coisas menos importantes, as promoções ,o prestígio também vão contribuíndo para enfraquecer  nossa teia.  Como é difícil mantermos nossa teia livre dos predadores. A esperança  é de que,no fim do dia, haja presa em algum lugar da teia a certeza de que nosso trabalho não foi em vão.  Que a  refazenda, a refeitura, de nossas teias,  constituída de pedidos de perdão, aceitação do outro, paciência e sobretudo fé , possa nos ensinar a ver essa enorme trama que nos cerca para que não continuemos a escrever um "ensaio sobre a cegueira".

terça-feira, 21 de setembro de 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Bateu uma saudade!



Fico sempre lembrando...acho que nunca escrevi sobre meu pai. As lambranças não são muitas, pois ele faleceu quando eu estava com 9 anos, a última imagem gravada na memória é de quando o visitamos no hospital. Como não era permitida a entrada de crianças, me despedi do meu pai pela janela da enfermaria onde ele estava internado.    Depois daquele dia eu não sei bem quanto tempo se passou até que ele falecesse. Não fui levado ao enterro e também não me lembro de nenhuma explicação a respeito da não existência dele. A única coisa que eu sabia e que ficou-me de conhecimento foi que ele estava internado porque adiquirira uma cirrose hepatica, essa foi a causa mortis de meu pai. Ele não falava muito..tinha pouco estudo mas parecia ser gente boa e um cara honesto. Seu único erro, aos meus olhos de criança, era o fraco pela bebida..chegava em casa violento depois que passava no buteco perto do barbeiro e sobrava pra D. Rita. Não me lembro de ter apanhado uma vez de meu pai..ele era um negão muito alto com mãos enormes de metalurgico. Bastva uma mãozada para me machucar. Nossa infância bem pobre de poucos brinquedos e muita imaginação morava na casinha se aluguel lá em são João do Meriti. Era pequena mas não me faltava nada. Seu Celson era homem de poucos amigos, só me recordo do Marcos um negão que sempre ia lá em casa, esposo da Marlene uma moça que vez ou outra minha mãe visitava lé em São Matheus, bairro próximo a São João. Lembro de uma reunião na casa do tio Gabriel em que meu pai estava e meu tio Sérgio também, eles conversavam mas era nítida a diferença entre meus tios e meu pai, seu Celson era homem rústico, mas pacato que causava uma certa impressão de brabeza. Acho que herdei dele este aspecto, o qual Jacqueline chama de "campo de força" quem não me conhece me toma por bravo. Toda a rusticidade de seu Celson o impedia de se aproximar de seus filhos de uma forma mais corporal..por isso se existir a possibilidade, na eternidade, gostaria de dar um abraço bem apertado no meu pai! Ah! segundo minha mãe ele sempre repetia: "Esse menino um dia vai ser dotô"!! É pai...falta pouco!  

sábado, 31 de julho de 2010

Devaneios II

Quando voltei a postar texto em blog fiquei um pouco preocupado de como faria para ter o que dizer  ou ter o que postar. Então determinei a mim mesmo que escreveria todos os dias, mesmo nos dias em que não estivesse a fim, para que eu produzisse um estoque de textos ou um pequeno arquivo.  Acho que me impolguei demais e sem perceber o ritmo em que as postagens aconteciam continuei com minha determiação imposta a mim por mim mesmo. Ai o cadernão ficou de lado e as folhas avulsas foram aumentando de volume com alguns bons textos( segundo minha bela abelha, Douta, bailarina).  Depois de uma avaliação balizada de quem conhece do riscado(literalmente) não parei mais de "escrevinhá".  Com ou sem inspiração corro a tinta no papel, nem me preocupo se gasto muita caneta, aqui em casa tem um estoque satisfatório, algumas somem no quarto do Pedro, outras vão parar na bolsa da Jacque, mas a maioria fica em lugar inespugnável.  Esse frenesi "escrevinhador" iniciou-se em janeiro. De acordo com o amigo Jens "o avanço da idade faz com que tenhamos a vontade de registrar com mais frequência nossas experiências" e realmente percebo esse avanço ,  mas fico olhando ela passar , eu tô na minha, deixa ela ir em frente...vai passando..enquanto ela passa correndo eu vou andando lentamente olhando a paisagem ..a idade é muito apressada não aprecia o entorno, fica fazendo pressão. Por falar nisso, minha pressão anda meio desregulada ...sintoma dessa pressa da idade. Agora é assim, não consigo ir para cama sem escrever uma lauda que seja só pra desanuviar. Teimoso, depois de lavar a louça, vou pra cama crente que vou conciliar o sono rapidamente , mas para minha surpresa as letras ficam dançando na minha frente e quando me viro ..lá vem elas novamente ,zumbindo feito borrachudo em acampamento. Repelente aqui é feito de tinta azul, vermelha ou peta. Como não consigo escrever diretamente no computador recorro a velha esferografica. Sei lá , parece até aquele chazinho que agente bebe antes de dormir. Será que estou viciado em escrever ? Espero, então, que isso não tenha cura....minha bailarina me encontrará atônito embriagado de metaforas, largado no sofá da sala...quando ela tentar falar comigo responderei adjetivos substantivados em uma prosódia inusitada..saidos de minha pena inquieta!!!              

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O processo

  Algumas coisas são repugnantes no ser humano e uma delas, que fico me perguntando porque será que isso acontece, é traço fundamental dos trabalhadores de repartições públicas, que me desculpem meus amigos blogueiros servidores.  Quando você vai procurar alguma informação a respeito de assuntos relativos a doumentação de imóvel ou similares o sujeito no balcão antes mesmo de você falar já pergunta;__tá com o inteiro teor aí? É ...porque se não tiver nem adianta tirar os documentos!!! As vezes o assunto é de outra natureza , mas não adianta. Um belo dia fui a secretaria de  Educação ( onde por sinal é o que mais falta) e me informei na portaria onde conseguia informação sobre cadastro de professores. O guarda me indicou uma porta...fui até a porta e lentamente abri para me a nunciar e dei de cara com uma senhora que em pleno expediente se maquiava sem nenhuma cerimonia, olhou pra mim como se sua maquiagem fosse um despacho presidencial (neste caso era municipal mas a pretensão é a mesma) e teve a petulância de pedir que eu aguardasse no lado de fora . Para minha surpresa quem me direcionou para outra pessoa do setor ..sabe quem foi?  O rapaz da limpeza que vinha passando e se condoeu da minha cara de de maracuja, ali perto da porta, desanimado. Por intermédio dele que consegui a informação que precisava e vazei dali!
 O pior são aqueles que tratam da sua vida documental como servidor..eu já aprendi que não se pode ter dúvidas. Qualquer pergunta feita por eles você responde sim,tudo correto! pois senão será o seu martírio. Não estão prontos a resolver nada, parece até que incorporaram o imenso mecânismo burocratico do qual fazem parte e se você vacilar tornar-se-a um personagem kafkaniano completamente perdido, não sabendo pra onde vai nem porque. 
"na verdade, numa burocracia presa nesse circulo vicioso , o maior dos crimes é cumprir de maneira simples e direta a tarefa que deve ser cumprida, se o serviço estatal de concertos cumpre realmente a sua tarefa, isso é considerado um subproduto infeliz, já que o grosso da sua energia é usado para inventar procedimentos administrativos complicados que permitam inventar sempre novos obstáculos e assim adiar indefinidamente o trabalho"(ZIZEK:2008,PÁG160).
  Recebi o telefonema da coordenadoria  na qual agora sou professor lotado, me informando  qual seria a data da minha perícia admissional e caí na besteira de falar a atendente que só faltava o eletrocardiograma..pra que!  Ela imdiatamente responde com uma doçura de dar inveja:__Olha, meu bem, tem que estar com todos os exames, ta! O fato é que por trás deste "olha meu bem" está embutido o seguinte; eu não tenho nada a ver com isso, se você não levar os exames será cortado. Eu só estou ligando pra te avisar viu "meu bem!". Kafka e seu processo são atemporais e quem leu e já passou pelas repartições ou qualquer orgão movido pela burocracia vai concordar comigo. O mecanismo é absurdamente estéreo ...uma porta você apresenta os documentos..noutra porta carimbam os mesmos documentos, na terceira porta há uma vistoria dos carimbos  e assinaturas ...se faltar um carimbo você volta a primeira porta.
Citação:
ZIZEK,Slavoj. A visão em paralaxe. Ed. boitempo,2008                  

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O telegrama!



 O porteiro aqui do prédio me chamou e disse:__Celso tem um telegrama ai pra você! Momento de suspense pois as contas aqui andam meio atrazadas, minha primeira sensação ou intuíção foi de que seria telegrama de cobrança, mas depois de algum tempo me lembreri que nunca recebera telegrama de cobrança. Telegramas são de más notícias, falecimento, hospitalização..ou prêmio. Ma sa entonação que o porteiro imprimiu na voz ao se referir ao documento, me parecia ser algo de errado, ele me falou em um tom sério, grave, não poderia ser algo diferente.  As crianças brincando no pátio com sua gritaria aumentavam a confusão que se desenhava na minha cabeça. Com o documento em mãos não sabia se abria ali mesmo e acabava de vez com o suspense ou se compartilhava meu medo com minha senhora que pilotava seu possante fogão  em nosso castelo de 11 andares. Entrei no elevador e demorei ainda para apertar o botão do andar onde moramos..olhava e olhava o telegrama, virava desvirava e imaginava o que a mensagem traria em seu interior. Apertei o botão e resolvi então abrir o telegrama..na medida em que o elevador se movesse. Sozinho, ali naquele lugar poderia receber melhor uma má notícia se assim fosse, o que me protegia era apenas a porta pantografica de nosso antigo elevador. 4ºandar e nada de abrir o telegrama. perto da porta de casa rasguei o picote nos lados e fui lentamente desdobrando a folha ao mesmo tempo que entrava no apartamento. Para minha surpresa e alívio o telegrama dizia em letras garrafais: SOLICITAMOS SEU COMPARECIMENTO A SEEDUC-rua da ajuda n°5 no dia tal horário tal..afim de tratar da primeira etapa de sua admissão.  O telegrama me convocava em virtude de aprovação no concurso público para profesor de artes. Ao mesmo tempo que lia o texto mostrava para minha senhora que em um mixto de alegria e perplexidade , abria um sorriso luminosamente azul. Desci para o pátio novamente para folhear o jornal. ..o céu estava mais azul o dia mais iluminado com a certeza, agora, de que as contas voltarão a ficar em dia!   

Ps. Essa convocação já aconteceu algum tempo. Estou no ciep 351 desde Abril deste ano. Se você quiser pode visitar o blog da escola onde trabalho em "bom de Ler". As fotos e o texto são meus!!!!         

terça-feira, 15 de junho de 2010

Saudade.



Chegou aqui pequenina ainda, nem conseguia andar sozinha de tão miuda e para completar, quando ganhou um pouco mais de idade desenvolveu uma doença que não sabiamos bem do que se tratava. Nos assustou porque derrepente ela começava a se debater as vezes soltando urina por todo lado...descontroladamente! Tratamento feito, os ataques foram embora. Na verdade ela chegou porque meu sogro partiu e por isso seu nome é saudade.  Meu cunhado presenteou minha sogra por achá-la triste e sem compania, já que eu e Jacque estavamos para nos mudar para o atpº de cima. Ficou pouco tempo com D. Lucy porque quem ministrava as aplicações do remédio recomendado pelo veterinário era Jacqueline, de formas que saudade tinha em Jacque sua mãe. Adotamos saudade pois fora esses cuidados médicos havia ainda a necessidade de arrumar sua areia diariamente, coisa que D. Lucy nos seus oitenta não tinha mais condições de fazer.  Se Jacque era mãe eu era o pai que trocava a areia e a ração e aos poucos fomos nos acostumando  com os pelos, os bancos carcumidos, sofas destruídos que a medida que o tempo passava e a nenem gato crescia, as peripécias diminuiam.  Lembro-me ainda e quando Pedro nem nascera e ela (saudade) já demonstrava todo seu ciúme fazendo necessidade fora da caixa só pra chamar atenção, isso na verdade acontece até hoje. Quando saudade  se sente preterida tasca um cocozãono nosso quarto sem dó nem piedade. Oh bicho inteligente! Apesar do Pelo, do cio (que demora uma semana ou mais pra passar), do ciúme que tem do Pedro e de ainda ser bicho do mato e se esconder a cada nova visita, saudade faz parte da família.  Exatamente enquanto escrevo esse texto ela se enrosca em minha perna evidenciando sua vontade de que eu me levante e vá com ela até seu pote de raçãopara, simplismente , observá-la comer. Se eu demorar muito ela fica miando até que eu saia da cadeira. Como eu já estou demorando mais do que o habitual, ela já está me arranhando, então acho melhor atender o pedido da saudade e terminar essas linhas incentivando você que pensa em ter um gato. Adote um se você não for uma pessoa tão carente de atenção pois ele gosta do dono sem bajular. O gato é um bom bicho de estimação você só tem que ter paciência com suas idiossincrasias.        

segunda-feira, 31 de maio de 2010

DevAneiOS l



 Estou aqui na madrugada sem vontade de dormir. Não parece ser uma insônia, poi esta incomoda,  é uma falta de vontade incômoda, ao contrário do meu estado sonambulamente consciente. Me acompanha na sala a gata. Depois que dou uma olhada nos blogs dos amigos arrisco voôs novos. Muita gente interessante mas que só quer ser lida, não devolve comentários e nem visitas, isso desanima um pouco mas continuo confiante...  Desligo o computador e venho para sala escrever um pouco antes de dormir, lentamente olho em volta para cada objeto que mora aqui em casa.  Açucares e café instatâneo sobre a mesa junto com a stevita da Jacque.  Os discos, as contas, os livros, os quadros, os videos. Algumas poucas fotos na estante contam a  nossa história desde quando namoravamos passando pelo falecimento do sogrão até a chegada do Pedro. Os  vidros de homeopatia que só a Jacqueline para ministrá-los, lembranças de alunos, incetos empalhados e  moedas aos montes. Lá em cima no último patamar da estante encontro fitas cassete e fitas VHS empoeiradas.  Saudade, nossa gata, agora espreguiça-se no sofa ao lado do Mac Steel que Pedro esqueceu por aqui. Um metrônomo que deixou a muito de marcar qualquer tempo, mostra-se imponente em sua caixa pirâmidal de madeira (ainda  o conserto). Apesar de nunca ter usado tal instrumento para estudar as escalas e exercícios. Meu estômago reclama a falta de algum lanche ou mesmo um copo de leite. Podia continuar a escrever e a escrever sobre o silêncio de casa    que depois da meia-noite revela a sonoridade das coisas na memória de um sonâmbulo porque " a tinta de escrever, por suas forças de alquimica tintura, por sua vida colorante, pode fazer um universo, se apenas encontrar se sonhador(...)que cada um dos leitores -leitores que leêm os signos- escolha aqui, portanto, o mineral de seu próprio destino; o mármore, o jaspe, a opala: que cada um encontre a gruta onde vegeta a pedra que lhe está intimamente relacionada(...) Se souber escolher, se escutar os oráculos da tinta profética, terá a revelação de uma estranha solidez dos sonhos" (Bachelard). O antídoto eu já encontrei; escreva por volta de umas 30 linhas o que vier a mente, alimentando um sonho que já se vive, então assim, seu devaneio materializa-se a cada nova linha  na  histária guardada por cada objeto.  Opa! o sono tá chegando, as letras vão se misturando...melhor me recolher  que pego cedo no batente..só ouço o motor da geladeira em duas ou três vozes. A medida que guardo meu material constato que a madrugada é um refúgio, daí minha sensação de conforto diante da falta de sono. Acho que agora eu vou é acordar, boa noite!!   

domingo, 16 de maio de 2010

Invisibilidade



Vamos passear no Shopping
enquanto seu lobo não vem, Seu lobo tá aí?
tá e quer vender,vender,vender...!!! 

Fiquei pensando nestes dias sobre a invisibilidade. Invisibilidade em todos os sentidos, mas um exemplo me chama mais atenção aquele que envolve o aspecto social. Osujeito que vai ficando invisível a medida que perde o poder aquisitivo. Traduzindo; na sociedade em que vivemos o grau de maior ou menor participação na existência é determinado pelo nosso poder de consumo, na prática poderíamos apelar para a imagem do shopping center pois "o Shopping tem uma relação diferente com a cidade que o rodeia e oferece seu modelo de cidade miniaturizada, que se torna independente soberanamente das tradições, não conheceu hesitações, archas e contra-marchas, correções ,destruições, influ}ências de projetos mais amplos, e quando há algo de história, não se coloca o conflito apaixonante entre a resistência do passado e o impulso do presente" . Prédio ascéptico, totalmente ou quase , protegido contra os indesejáveis, aqueles que não podem consumir conforme manda a lei, (tácita) ou invisível. Um lugar desenhado, arquitetado para o consumo.  Um consumo que atravessa o individuo, pois não  está mais em determinado tempo da nossa vida. Este  consumo já a  muito se entranhou no nosso dia-a-dia e para algumas pessoas é inadmisivel sair de casa sem dar uma passadinha no shopping porque "certas condutas ansiosas e obsessivas de consumo podem ter origem numa insatisfação profunda, segundo analisam muitos psicólogos. Mas em um sentido mais rtadical, o consumo se liga, de outro modo,com a insatisfação que o fluxo errático dos significados engedra. Comprar objetos , pendurá-los ou distribuí-los pela casa, assinalar-lhe um lugar em uma ordem, atribuir -lhes funções na comunicação com os outros , são os recursos para se pensar o próprio corpo, a instável ordem social e as interações incertas com os demais" . A invisibilidade dos mecanismos do marketing , que sabe para quem fala e quem quer atingir..essa invisibilidade é aquela que tem como objetivo criar uma necessidade que eu e você não temos  porque sabemos que podemos viver sem alguns (muitos) objetos.  Como somos seres frágeis, carentes no melhor e no pior sentido da palavra, incompletos nos deixamos levar por apelos abomináveis de descontos ou exclusividades. Quem melhor analisou esses mecanismos, acredito , foi Marx, trazendo a tona tudo o que estava por trás desta invisibilidade que nada mais é do que a estrutura sobre a qual moldamos nossos comportamentos. O que de invisível há nestes objetos tão desejdos? não adquirimos o objeto pelo objeto, sobretudo nos dias de hoje! melhor seria perguntar; por que não conseguimos enxergar em nós aquilo que nos impulsiona ? tenho a desconfiança que carecemos de amor, enquanto não preenchermos essa carência, seremos alvos fáceis do frenezi dos descontos, dos lançamentos exclusivos e dos objetos em número limitado. Quando o amor chega e se instala descotrtina-se o véu da invisibilidade... 

Referência:
CANCLINI,Nestor.Consumidores e cidades; conflitos multiculturais da globalização. Ed. UFRJ, 1995.                    

domingo, 2 de maio de 2010

Escrita

 A despeito dos avanços  tecnológicos, nas suas opções de arquivamento e facilidades como a diminuição do acúmulo de papeis prefiro escrever a mão antes de postar meus textos. Curiosamente isso acontece também com relação a música,pois o instrumento que escolhi tocar não funciona a base de energia elétrica portanto se faltar luz eu continuo tocando minha flauta seja ela de metal ou aquela de bambú que lembra o primeiro homem. Gosto do cheiro da tinta quando estou de caneta ou do som do lápiz deslizando no papel. Eles amarrotam a folha de um jeito gostoso. Inevitalvelmente acumulo folhas, e por isso a falta de ordem nas postagens, mas elas são testemunhas mortas que ganham vida porque guardam minhas palavras e não só por isso, mas também porque revivem ao serem folheadas por outro alguém. Não me furto a aprender os movimentos novos que a tecnologia exige, afinal é mais um mundo que serevela. No entantde  me nego a deixar  de lado o hábito da escrita a mão, esse sentimento se reforça agora  quando vejo Pedro escrever suas primeiras letras, mas já desde quando rabiscava seus primeiros desenhos  que por nós foi insentivado, sabidos que somos da importância para sua coordenação motora seu desenvolvimento psiquico. Ritual sagrado esse  da escrita que precisa de um tempo em separado. No meu caso esse tempo só acontece nas madrugadas, no silêncio, tal qual Bahelard fala " quando a insônia, mal dos filósofos aumenta devido ao nervosísmo causado pelos ruídos da cidade (...) tarde da noite, os automóveis roncam e o barulho dos caminhões me faz  maldizer o meu destino de citadino  consigo paz vivendo as metaforas do oceano" Esse ritual se faz necessário para que eu mergulhe no oceano de metaforas. Minhas próprias metáforas sem as quais não conseguiria construir meu universo. Vou levando a vida escrevendo cada pedacinho  dela letra por  letra saidos de inumeros grafites e esferograficasa marcar nestas folhas minhas impressões, assim como o primeiro homem gravou na pedra seu mundo e suas vivências vistas por nós milhões de anos depois.

sábado, 24 de abril de 2010

Outros mundos!



Passeando pela imaginação de Pedro encontramos um mundo vastíssimo que desde  seus 2 anos preenche nossa casa e que por vezes nos vemos envolvidos nele. Já perdemos as contas de quantas vezes  visisitamos "bolópia" e "muruíbas" cidades existentes em algum lugar da cebeça de meu filho. " Efelicialmente" Pedro vai contando e brincando. Necessita apenas de dois carrinhos e um inter-locutor  que na maioria das vezes sou eu.  Essas viagens acontecem com auxiílio de poucos objetos  somados aos gestos "descambalhados" com os quais nos entregamso as brincadeiras. Acho que bolópia fica no sul e muruíbas no norte, isso vai depender do estado de espírito, do tempo e é claro da imaginação. Eu sei que agente so chega lá de "domículos", sem isso é impossível fazer viagem, mesmo que seja imaginária. Dia desses me chega Pedro todo preocupado falando;__Pai, precisamos visitar o "Répti" lá em bolópia e depois temos que dar uma passadinha na casa  do "Palalita" lá em muruíbas! e eu perguntei:__mas Pedro esses seus amigos já não deixaram de vir aqui em casa? e Pedro: ___É pai, mas agente precisa visitar, né? Tudo bem, vou aprontar nosso "domículos" tranquilizei ele.Será que teremos alguma "coloseimas" para levar na viagem ?Não sei não pai, mas agente não pode esquecer de dar um beijo na mamãe porque ela é muito "apertosa".  Volta e meia Pedro vem com uma palavra inventada, as vezes ele traduz pra gente mas tem outras que não tem tradução como por exemplo: "gerassa" que insisti em saber o significado e perplexo fiquei diante da resposta:__gerassa é gerassa, né pai! Tudo é possível  para uma criança que, como Pedro, acredita que" o equilíbrio é uma bicicleta que anda no ar sabendo que as letras são importantes"  e que "mentira é pra boi correr".  E ai Pedro você entendeu o que eu disse? ___Hum..vamos ver...na minha imaginação não, mas no meu coração sim! 

Sumário: Este súmario só funciona se você se colocar no lugar da criança.

Efelicialmente- Alegremente, com alegria, com certeza. certamente.
bolópia e muruíbas- qualquer lugar do espaço-tempo que caiba na sua imaginação!
domículos- qualquer veículo que não sejam os que existem.( você tem que criar)
Palalita- um amigo imaginário que segundo Pedro faz com que ele faça muitas coisas erradas.
Répti- um amigo imaginário que segundo Pedro faz com que ele faça as coisas certas. 
coloseimas- depois que Pedro assistiu a fantástica fábrica de chcolate (versão original) usou essa palavra durante muito tempo.
descambalhados- desarrumado, sem compromisso, sem noção de tempo....

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Resenha



     Vou dando passos de palavra em palavra para dar conta dos sonhos, um deles contado no último post. Mas nem só de sonhos vive o homem, ainda que sejam  eles , molas que nos impulsionan para a conquista de novos territórios ou a curiosidade por novos horizontes.  Nesse caso a de se alimentar os sonhos com leituras , é desta forma que desenvolvemos um mecanismo poderoso de fortalecimento de nosso repertório. Lembrando uma frase famosa que diz que "uma casa sem livros esta sem alma" faço desta minha epígrafe, pois a alma aqui de casa é vasta, amplissima, eu diria proporcionando os mais diversos sonhos e devaneios que pudermos imaginar. Nestas "leituranças" entre Artes, Filosofia, Antropilogia, Ficção , eu tenho algumas predileções e, não coincidentemente, fui convidado por Georgia para escrever uma resenha de algum livro que me interessasse, assim que recebi seu e-mail impunhei minha esferografica e parti para esse texto.  Havia acabado de indicar para uma colega, um livro que me impactara muito por seu teor teológico e pela sua inusitada forma de apresentação.  Me vi, então, impelido a compartilhar com os outros essa minha impressão. Na verdade uma oportunidade bem legal de divulgar uma obra, ao meu ver, importante e indispensável. Ela atende ao entretenimento de leigos e responde a algumas perguntas a respeito de assuntos da alma, sem agredir a fé de quem lê, ou seja, uma leitura sem contra indicações e de uma engenhosidade impressionante. Ai eu fiquei pensando; como é que eu vou convidar o povo para ler a resenha postada no blog da Georgia? Enquanto bolava um meio, olhava absorto o toró que caia aqui em Niterói e algumas pessoas que passavam desfrutando daquela tromba d'água, durante essa madrugada e tive a ideia; ao invés de falar do nome do livro e do autor vou indicar o endereço do blog e deixá-los matar a curiosidade com uma visita, tal qual uma experiência de banho de chuva...não dá para falar da sensação das gotas no rosto sem experimentar, sem se molhar.                    
     Assim os  convido a se molharem no blog http://www.elasestaolendo.blogspot.com/  e aí vocês ficam sabendo qual foi o livro  que eu indiquei para minha colega de trabalho!!!

sábado, 10 de abril de 2010

Luto



  Não me recordava como a vida é tão dura e como as pessoas estão mal tratadas, esquecidas , entregues a própria sorte. Muitas só tem o dia e anoite, isso está estampado no rosto de homens, mulheres e crianças que vivem nas imediações da Central do Brasil, um dos pontos mais conhecidos do Rio de Janeiro.  É dificíl passar por ali e não sentir-se incomodado, não pelo fato daquelas pessoas estarem ali, mas pelo fato de ter que ser daquele jeito. A forma como se organizam, a forma como a circunstância lhes ensinou a viver. Passando pela Central no meio daquela multidão que chegava, trazida  pelos vagões da supervia, experimentei o absurdo da realidade. Multidão apressada, em todas as direções , para pegar a condução para mais uma viagem entre tantas daquele dia. Eles todos eram embalados por uma trilha sonora contrastante. Toda sujeira, todos os orelhões quebrados, todas as filas de todos os ônibus (caindo aos pedaços) sucatas ambumlantes. tendo ao fundo o tema da novela das oito..bossa nova, suave, limpa harmonia que parecia a metafora do que todos ali almejam ou desejam. Metafora perversa só concebida na mente de quem caminhava na contra mão, no contra-fluxo. Enquanto eu caminhava para baixada, toda a baixada baixava no centro em direção à zona sul, aquela mesma do tema que servia como trilha sonora idealizante e porque não dizer , acompanhando Tinhorão, alienante!  Mais a frente um murmúrinho, uma aglomeração. O guarda acabara de evitar um assalto , pequeno furto que toda hora acontece..alguns param, outros passam olhando, esticando os ouvidos pra ver (ouvir) se pegam alguma coisa , sem perder o ônibus que vai sair. Eu na contra-mão, procurando um orelhão pra ligar, nos tantos que já havia passado. Todos quebrados.   Admitindo uma certa perplexidade  descubro,  ou constato, o caos ao qual o centro está entregue, assim como outras áreas de nossa cidade (Niterói , São Gonçalo..)A uns 20 anos atrás a coisa não estava assim tão feia.  Senti toda minha carioquice se esvair pelo ralo, quer dizer, estacionar no ralo entupido em virtude da última chuva que inundou tudo e encheu as ruas de lama. Nesse caso não foram só as ruas que ficaram sujas  de lama, um pouco do orgulho de ser carioca também vai ficando manchado e quase submerso neste lamaçal. O lamaçal  das chuvas, mas também o do trambique, da indiferença com o povo, do descuido com o outro, o  que acaba influênciando nas "gentes".
Ps. Este texto foi escrito na madrugada do dia 06.04.2010. Dia em que Rio e Niterói assitiram a maior tragédia,  por causas naturais, registrada desde a década de 70.       

sábado, 27 de março de 2010

Realidade



 Uma leveza incrível......vou percorrendo a paisagem  com o olhar, o vento no rosto, uma visão inigualável de montanhas e rochedos, não tenho pressa, não falo nada, só ouso o som dos vagões se debatendo. A maria fumaça acenando com seu inconfundível apito ao passar pelas cidadezinhas com seus pequenos circos, seus jardins e suas crianças correndo nos campos. Não sei que destino me aguarda, só experimento a sensação deliciosa da viagem sem preocupação..Pedro e Jacqueline sorriem contentes com o passeio e aproveitam, assim como eu, o momento de descontração.  Que bom é poder passear e viajar sem compromisso. O vagão vazio parecia reservado apenas para nós mas isso também não me incomodava, nem a já notada falta de uma viva alma que por ali passasse, afinal já se passava algumas horas de viagem. Nenhum  passageiro, nemhum funcionário..nenhuma parada?
    Ih! gente, acho que agora me dou conta do que esta a ocorrer! Esse vagão é nossa casa, a paisagem lá fora é a vida que segue, não estamos vendo o maquinista mas sabemos que Ele está no controle de tudo! O trem não tem só o nosso vagão, ele possuí outros muitos que só consigo avistar quando toda a composição entra na curva. Já passamos por altos e baixos, o trem já ameaçou até parar, mas continua com força total. Agora me reclino na cadeira confortável enquanto Jacque e Pedro continuam olhando a paisagem....o trem vai chegando em uma estação que nos recebe com festa e uma sirene toca alto....é a sirene do relógio que me desperta às 5:00h lembrando que preciso levantar para pegar no batente. Jacque e Pedro dormem lindamente..eu vou tropeçando (feito um Koala de tanto sono)na chinela e na gata que só quer dormir aqui no quarto..ai que sono, que vontade de voltar "pr'aquela " viagem gostosa, embalada pela leveza do sonho! Tem sonhos em que as cores , os sons e os cheiros são tão reais que parece que realmente os vivenciamos. Podia jurar, depois de acordado, no banheiro esconvando meus dentes, sentir o raio de sol que entrava pela janela do vagão, o som dos trilhos, aquele cheiro de queimado emitido pela maria fumaça!!!!
Ps. Obrigado à todos pela presença no aniversário, beijos e abraços!!!!          

quinta-feira, 18 de março de 2010

Aniversário

  
  
As folhas avulsas  de textos escritos para postagem que se acumulam na estante, precisam momentaneamente dar lugar a essa divagação repentina, pois trata-se da aproximação da data em que completo mais uma primavera. Vão-se os cabelos....e só sinto o tempo passar (ou chegar) quando carrego o Pedro na carcunda e quando chego em casa os joelhos reclamam. Quando fui buscar o Pedro na escola o pai de uma amiguinha dele me lembrava em tom de galhofa: ___Aí Celso! tá chegando nos quarenta, te prepara pro proctologista! Elegantemente respondi que ainda tenho dois anos para curtir.  "Arianamente" vou teimando em levar a vida na flauta, tarefa difícil, diga-se de passagem, mas incomparavelmente melhor do que o ambiente bancário, responsável pelos primeiros contatos com o mundo das pessoas adultas.  Meu cadernão guarda muito cartões, lembranças de amigos e cartas de minha esposa. Na verdade não sinto que o tempo esteja passando, mas parece que ainda não sei nada do que gostaria de saber. Um sentimento paradoxal, eu diria, pois pela lógica deveria acreditar que pelo bocado que vivi aprendi alguma coisa. Mas a cada livro que leio , a cada ano que passa , a cada beijo de minha bela bailarina percebo que não sei nada. só sei que sou; mesmo assim num saber incompleto, ilegítimo não cristalizado. Ao mesmo tempo vou, tristemente, perdendo minha ingenuidade , aspecto necessário, ao meu ver, para que a vida não se torne tão turva e que as possibilidades de uma outra realidade, ainda   estejam disponíveis nos repertórios de esperança que guardo comigo.  Os aniversários que antes passavam rápidos e cheios de gentes a festejar brulhentamente, hoje transcorrem mais lentos e com menos pessoas que me congratulam de uma forma mais profunda.  Se olhar para trás é ver o futuro, em certa medida vislumbro alegria e coragem com um gradativo aumento da ignorância com relação a muitos assuntos. Gratidão a Deus pelos amigos e ela família e o desejo de me tornar um pouco melhor se ainda for possível, dado o fato de possuir uma, não muito grande, cabeça dura! Esses pensamentos posivelmente me ocorrerão ao cortar o bolo nesta próxima terça -feira dia 23 de março de 2010.    

terça-feira, 9 de março de 2010

Memórias



  Aquele meu cadernode anotações já conta com umas seiscentas páginas.  Antes de conhecer minha senhora já o constituíra como forma de registrar meus pensamentos e evolução em determinada ordem exotérica. Pois é... deixei de ser exotérico para me transformar em um místico. Mas o fato é que relendo os primeiros cadernos até chegar neste último (um cadernão) vou observando as mudanças não só externas mas internas. Não me desfaço mais do cadernão que durante algum tempo estava reservado apenas para minha leitura e escrita. Nem minha senhora tinha acesso ao interior de minha folhas, porém agora como sou "um " com ela, apenas ela tem autorização para folhear o caderno. É claro que algumas páginas serão devidamente públicadas aqui após minuciosa seleção, discussão e reflexão. Me reservarei no entanto o direito de preservar outras partes que não são tão interessantes. As dores de dentes e enxaquecas, as gafes e decepções, ficarão guardadas para posteridade. Os nascimentos, as conquistas e expectativas..essas sim, tenho mais vontade de compartilhar. Mas nem eu mesmo tenho vontade de ler de tanta página que se avoluma. No meio desta "vidarada" tem até uns textos que gosto muito , alguns já postados como "O Céu da boca" .  Penso que me falta agora plantar uma árvore pois já tenho um filho e já escrevi um livro (minha dissertação)....então vou demorar um pouco mais para plantar a árvore porque senão o que farei depois? Melhor então é continuar escrevendo, quem sabe essa não seja a semente de um outro tipo de árvore aquela que produzirá frutos apartir da plavra. Frutos  de amizade (como muitas que já marcam presença aqui!), de respeito, de aprendizagem. Essa espécie de árvore plantada aqui está em muitos lugares, tantos quantos um terminal possa alcançar. Então tá!. Vou compartilhando as páginas do meu caderno com vocês. As escritas e aquelas que estão porvir.
  A propósito..esse texto que você acabou de ler está na página 634 escrita em meu caderno de anotações. Agradeço a você que tira um pouco do seu tempo para vir aqui e comentar meus devaneios. Fico feliz em saber que teremos muitas...muitas páginas para compartilhar!!! 

quarta-feira, 3 de março de 2010

É a mãe!


Venho aqui fazer uma singela homenagem à uma pessoa realmente importante em nossas vidas. Desta forma contrario o comportamento em tribos constatado por Freud que nas suas pesquisas  genro estava proíbido, após o casamento, de ver ou  trocar palavra  com sua sogra.  Se ela viesse na mesma calçada deveria trocar de rumo para não cruzar, correndo o risco de ser devidamente castigado pelos deuses.  Parece que nossa cultura absorveu bem este ensino ao ponto de criar inumeras anedotas tendo como personagem principal a mãe da mãe. Neste caso a homenagem vai para a " oitentista" uma poetisa dos oitenta que é minha sogra , D. Lucy.  Tudo bem, você pode dizer que eu estou fazendo uma média com a coroa, mas pode perguntar a minha senhora, a casa aqui esta liberada pra ela. Só vem quando eu convido! Sou o melhor genro que ela poderia querer, não encho o saco dela, não falo, não escuto...não faço nada! Eu nem concretizo meu desejo incubado de colocar-lhe um esparadrapo, olha só que maravilha!!  Eu  adoro minha sogra....adoro quando ela acorda junto com agente é quer usar o banheiro ao mesmo tempo!!! É uma beleza!! Pois o fato é que apezar disso tudo D. Lucy resiste firme  que já lançou até livro...É ...em prosa e verso..Pedro é apaixonado por ela, também pudera ela nunca diz não! Outro dia não pude me conter, sobre a almofada do sofá estavam sentados na direção da moto-almofada Pedro e na garupa D. Lucy com direito a capacete do Speed Raecer e tudo! hilário..  Certa ocasião falei pro Pedro:__Meu filho se você e sua vó me desobedecerem vão os dois pro cantinho da disciplina! Pedro me olhou assutado e disse pra vó:___Ih! vó é melhor agente ficar quieto!
  Brincadeiras a parte, minha "oitentista" resolveu , aos poucos, emoldurar em seu bolg as experiências de seus "longivos" anos. Junto desta homenagem vai o convite para que  visitemos  todos os "QUADROS DA VIDA" de D. lucy minha sogra "oitentista".
Ps. O link está  em bom de ler , aí do lado. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Lavra a palavra

  É engraçado o  fato de eu nunca ter apresentado muita intimidade com a palavra, a não ser nas infinitas cópias que eu fazia, quando criança, madrugada afora. Minha relação com o mundo sempre se deu por meios sensório-auditivos. Os gosto pela leitura veio por meio dos quadrinhos reunida, é claro, a alegria de completar minha coleção. Os clássicos vieram bem depois! Muito tarde constatei uma miopia e não escapei das lentes, mas sempre que alguèm diz aquele chavão "toda pessoa que usa óculos é intelectual" imediatamente respondo; "negativo..quem usa óculos é miope, tem hipermetropia ou astigmatismo", é uma questão de leve deficiência visual a ser corrigida pelas lentes.   Fato é que de uns temos pra cá desandei a escrever.. Constituí até um caderno onde coloco impressões. Nada que contenha uma riqueza literaria, mas percebo que ao escrever vou reeditando o que me aconteceu, relembrando coisas boas, botando em ordem e registrando fatos que se eu contasse você não acreditaria. Sem contar com a possibilidade da viagem em mundos criados na minha cabeça, com um grau de ficção tão altos que acabam se aproximando da realidade. Não tenho problemas com censura! Já pensou, ficar pensando no que escrever? Se ficar elaborando muito, corro o risco de dormir sobre a folha em branco. Os assuntos mais polêmicos deixo-os para os "polêmicólogos" de plantão. Tô aqui pra saborear as palavras, é isso! Descobri, enfim, que posso fazer isso, posso me deixar embalar por elas  sem constrangimentos. Acabo tratando a palavra como música deixando-me levar pelas suas sonoridades, polifonias, poliritmias e mesmo por suas pausas.   Ainda que minha prosa não seja poética, acredito que seja essa a possibilidade que me impulsione a escrever.  O mundo que se mostra na escrita, o traço que se lança no espaço, do tempo que se inrrompe no dizer. Neste espaço traço o tempo-mundo desse meu escreviver! Afeiçoo-me pela palavra viva, aquela que não é mais quando já diz, aquela que desliza e amplia o sentido do existir! Portanto, para melhor viver: lavra a palavra viva!     

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Patinadores

 Não sou nenhum aficcionado por patinação artística mas durante este carnaval, como não viajamos  e resolvemos ficar no aconchego do nosso lar, poucas opções existiam na televisão.  Ao ver aquela modalidade esportiva em um mixto  de bailado equilíbrio e força me ocorreu uma outra imagem, justo quando um dos parceiros perdeu o equilíbrio e deslizou estatelado no gelo.  É claro que alguém já pensou nisso, não serei o primeiro a evocar a patinação como metafora para a vida a dois.  Fundamental é manter a sincronia dos movimentos. A moça deve apresentar elegância, agilidade e quant ao homem , força sem perder a ternura. Quando há uma desequilíbrio tudo vai por água abaixo( com trocadilhos) e podemos até exagerar nesta afirmação pois são horas , dias, meses até anos de treinamento diário para que os movimentos espelhados, os saltos mortais sejam executados conforme manda o figurino.  Fomos dormir e minha senhora(linda abelha bailarina) em um lindo movimento de pernas nos fez, por instantes bailarinos patinadores. Na imaginação me vi com as botas de lâminas afiadas e roupas cintilantes , passado a alucinação me deparrei com a realidade de triplos saltos que já conseguimos e movimentos espelhados , nem todos perfeitos, mas com horas , dias (o dia-a-dia) de treinos e muitas apresentações. As apresentações acontecem dentro e fora de casa para os mais chegados e pr'o cês do blogsfera além deste espaço aqui, onde você me lê, poderemos conferir lindas evoluções da minha partner(LITERATA) em seu´próprio blog!  Muito mai familiarizada com as letras do que eu, seus saltos são precisos e leves , elegantes e de uma agilidade só.  A "doutorice"de minha abelha não e´acadêmica , não! tem talento profundo até avesso as normas , por isso lhe é tão difícil apresentar os movimentos obrigatórios..e é assim que vamos seguindo ao som das bachianas!        

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Fazendo compras no mercado.

      Assim que cheguei no caixa  retirei o cartão e  o entreguei a atendente que me perguntou: Débito? imediatamente respondi;débito! Enquanto respondia, ao invés de atendente escutar o que eu dizia, estava ocupada  apertando os botões da máquina para entregar o comprovante do último cliente. Quando ela acabou   de realizar a operação e entregou o comprovante para o Sr. que estava na minha frente e me pergunta mais uma vez; debito? Eu entendo que aquele trabalho é cansativo e repetitivo, pois já trabalhei em banco e sei bem como é, solicitamnente, então, respondi pela segunda vez; sim, é débito!  Mas para minha surpresa no momento em que respondi percebi que a caixa estava novamente apertando os botões da máquina, agora para registrar  a operação do meu cartão. Como isso requer atenção para não errar os números e códigos, mais uma vez a atendente não prestou atenção ao que eu dizia e pela terceira vez me perguntou; débito?  Eu não acrediteie respondi com uma pergunta;_ É sério o que você está me perguntando? Neste momento a caixa me olha perplexa como se nunca  ante tivesse feito tal pergunta. As pessoas da fila, já aflitas com a demora, não acreditavam naquilo e já começavam resmungar:
 __Ih!!! esse cara quer confunsão!
 __Pô a caixa demora um século e ele ainda quer questionar?
   Diante da pressão e incompreesão por parte da fila, acenei com a cabeça um sim, meio desanimado, pois me recusava a responder, pela quarta vez, que a  compra seria feita no débito.
   Mas esse pequeno incidente que aconteceu em poucos minutos ali no caixa do mercado, me fez ficar pensando porque as pessoas não escutam mais umas as outras, neste caso em especial, a caixa só olhou pra mim quando lhe fiz a pergunta que interrompeu seu automatismo-mecanizado-computadorizado-inumanizado,  porque até então ela me perguntava ao mesmo tempo em que olhava para o teclado e para os produtos que deviam passar no leitor óptico.  Saí de lá com sensação de mau estar. Como pode você ficar sem a razão diante de um acontecimento desses?  Então se não agirmos no estilo automatizado estaremos fadados ao esquecimento? Ou o esquecimento já se faz presente diante da mecanização das atitudes?    Em função de  um falso progresso  parece que todos os dias alguma coisa vai ficando pra trás ou vai deixando de existir. Felizmente acredito naquilo que não vejo e sei que a educação, o bom tratamento, a atenção existem ainda que não as vejamos mais.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Começar de (ano) Novo.

    É difícil iniciar o ano diante das calamidades anunciadas, como essas que aconteceram no Rio em São Paulo e no Sul do país. O natal e o fim de ano, a cada ano que passa, ficam mais vazios do Espírito. O Espírito esvazia-se na mesma proporção em que as lojas aumentam seu movimento. É certo que muita gente que precisa de trabalho encontra uma renda a mais neste período, mas as ruas já não estão enfeitadas como nas comemorações passadas. Há um clima de intranquilidade  e uma sensação de tristeza que se confunde com alegria.  Alegria de saber que ainda temos saúde para lutar pelo futuro que não está tão longe assim e que nossos famíliares estão todos bem , alegria por saber que Deus é quem nos guia nesta batalha mas também um pouco de tristeza por saber que continuaremos a mercê de juros estorcivos, que o roubo institucionalizado continuará também, tristerza por saber que o que recebemos continuará aquem do que gastamos, não por falta de cuidado, mas pela desvalorização do dinheiro e do homem que trabalha para ter com que pagar. Tristeza porque percebemos a diminuição do amor e o aumento da intolerância, ainda que um ecumenismo tente trazer esperanças em um advento de uma religião ùnica, no lugar de um único Salvador.
  As catastrofes que todos os anos ceifam vidas, são como o falecimento de uma pessoa que conhecemos.  Não há como ficarmos indiferentes nestas horas. O número de famílias abaladas é enorme. Nunca me esqueço o dia em que levei Pedro (com 2 aninhos) no parque para soltar pipa. Por um instante me descuidei , com atenção na pipa, e quando olhei para o lado ele não estava em lugar nenhum. Fiquei cego e gritava o nome dele feito um doido, até que Pedro sai de trás de um muro e olha pra mim com um sorriso. Aqueles minutos pareciam uma eternidade, não havia sentido em nada enquanto não encontrasse Pedro. Depois do susto, finalmente, voltamos para casa; Eu trêmulo, dos pés a cabeça, e Pedro chorando pelo nervossísmo do pai.
  Me parece ser esse sentimento de falta de sentido que hoje muitas pessoas experimentam ao ter perdido seus queridos amigos e parentes. Eu só peço a Deus um pouco de sabedoria para lhe dar com as certezas e incertezas do porvir.