sábado, 30 de outubro de 2010

Óculos.




"Eu preciso dizer que eu nunca fui o tal, era mais jogo seu tentasse fazer charme de intelectual,
Se eu te diser piriga você não acreditar em mim, eu não nesci de óculos eu não era assim"  
 
Só me lembro da abertura do filme "!janela da alma" que para todo miope que se preze é muito familiar..o mundo todo visto embaçado. Posso fazer como o Herbert Vianna cantou: "se tô alegre eu ponho os óculos e tudo bem, mas se eu tô triste eu tiro os óculos eu não vejo ninguém". Desconforto total me invade se não estou com meus queridos olhos postiços.  Meu oftalmologistajá profetizou; faça uns óculos e deixe esse aí de reserva se não....tu tá lascado, meu filho.  Os óculos me proporcionaram uma entrada no mundo da leitura de um jeito mais confortável, na verdade pela insistência em ler em local mal iluminado fez-se a  necessidade do uso de tal aparelho. É certo que a primeira vez que os coloquei no rosto o mundo ficou minusculo, pois eu enxergava demais, já havia me acostumado com a imagem a se formar detrás da retina , não havia nada de errado atá que um dia de noite voltando para casa..perdi o ônibus. Olhava, olhava e quando descobria que era o meu ele já tinha passado. Adeus pelada, jogo de volêi (eu era quase um atleta) me restaram entretanto a caminhada  em trilha e a escalada, esportes muito mais radicais. 
 Recordo-me que na lua de mel que passamos em cao-frio (fora de temporada) fui em direção ao mar, no único dia que reesolvemos ir a praia, que estava lindo , via tudo com a maior nitidez, o mar verde azulado, um surfista de marola vindoem minha direção.....e... tibum! dei um mergulho, quando voltei a tona o mundo era todo turvo, não via minha  bela abelha e com uma última esperança fui em direção a ela perguntando;__você viu meus óculos? __não meu bem, você mergulhou com eles! Vejam só a que ponto chegamos , esse objeto já faz parte do meu corpo. Gosto de meus óculos trás um certo ar de intelectualidade ainda que falso!  Minha bailarina seguiu a risca a continuação da letra da música pois ela sabia que " por trás dessa lente tem um cara legal"    

domingo, 17 de outubro de 2010

O casulo, aborboleta e algumas gavetas.

 Agente vai remexendo e acaba encontrando coisas boas quando resolve arrumar nossa gaveta. A gaveta do armário que guarda aquilo que existe de material em nossas vidas nos remete aquela outra gaveta, aliás outras várias gavetas que existem em nós e que contém a imaterialidade do que vivemos, nossas cobranças, as imagens, os cheiros e os sons com os quais convivemos e que nos marcaram. Quando remexemos qualquer   gaveta por menor que seja em algum armário, prateleira ou gaveteiro, ao encontrar uma foto ou um objeto, que para o "outro" não diz nada, recuamos no tempo.  O ato da escrita é como remexer nas gavetas correndo o risco de um outro alguém se identificar com nossos papéis, fotos e guardados.  Virar borboleta após sair do casulo para mimi é um pouco demais. A ideia do casulo onde vou arrumando -desarrumando minhas coisas, me atrai mais, mas se te agrada pode considerar minhas linhas como borboletices coloridas, afinal meu casulo não é todo escuro, não! tem lugar pro colorido e pra luz também! e para música, para poesia..na verdade é essa possibilidade que nos faz dar um outro olhar sobre aquelas lembranças encontradas na gaveta ao remexer e remexer...Eu gosto do casulo e da borboleta, portanto considero-me uma alma de colorido casulo. Talves um pouco espesso por fora, rústico até, eu diria com diversos tipos de galhos retorcidos, bastante barro pra não deixar nada de ruim entrar. Um tamanho ideal pra não ocupar muito espaço e confortavel por dentro além de multicor, esse material tem de ser bem sólido pra protejer dos predadores, tá cheio de gente que quer futucar só pra ver o que é que tem dentro, mas não quer compartilhar, as vezes porque não tem cor o suficiente e ai fica triste de ver qualquer outro casulo pronto pra eclodir....Então Mermão, cuide bem do seu casulo, desta forma você poderá compartilhar suas lembranças sem problemas , isso se você não virou uma (ou um ) borboleta, é claro!