Em todo tempo estamos buscando melhorias na forma como nos comunicamos. Houve um tempo em que a palavra dita, proferida era aquela que não só comunicava algo, como também tinha a função de testificar e estabelecer lugares e tempos. " esse tipo de palavra não se dinstingue de uma ação ou, se assim quisermos, não há neste nível, distância entre palavra e ato(...)ela é intemporal, inseparável das condutas e dos valores simbólicos" ( DETIENNE: s/d. pág.36).
A lenta passagem da palavra proferida para sua forma de registro gráfico, instalou uma mudança nas relações sociais na medida em que, agora, era preciso decodificar aqueles caractéris para ter acesso ao mistério que antes nos era "revelado" por meio da escuta. "A palavra -diálogo é laicizada, complementar à ação, inscrita no tempo, provida de uma autonomia própria e ampliada ás dimensões de um grupo social" (DETIENNE: pág. 45).
A história nos conta que muitos dos conhecimentos produzidos e registrados em papiros e outros suportes, pelo homem ,foi perdido, queimado e pilhado em guerras e invações. Hoje vivemos outras formas de comunicação, mas parece que as primeiras camadas que tem por fundamento a palavra proferida e o advento da escrita, moram ou fazem parte de nossa forma de comunicação. Isso posto pensamos, então, que as novas tecnologias , na verdade são suportes para que nossa comunicação seja não só dinamizada, bem como amplificada sendo acessível a um grande números de pessoas, possibilitando assim a democratização da produção de conteúdos. A modalidade de aprendizagem a distância, a dispeito dos preconceitos ainda existêntes, é sem dúvida uma oportunidade, subversiva, de difundirmos o conhecimento, pois presuponhe a liberdade daquele que lança mão se suas ferramentas, contribuindo assim para a autonomia na busca do saber.
DETIENNE. Marcel. Os mestres da verdade na Grécia Arcaica. JZH editora.