sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Fazendo compras no mercado.

      Assim que cheguei no caixa  retirei o cartão e  o entreguei a atendente que me perguntou: Débito? imediatamente respondi;débito! Enquanto respondia, ao invés de atendente escutar o que eu dizia, estava ocupada  apertando os botões da máquina para entregar o comprovante do último cliente. Quando ela acabou   de realizar a operação e entregou o comprovante para o Sr. que estava na minha frente e me pergunta mais uma vez; debito? Eu entendo que aquele trabalho é cansativo e repetitivo, pois já trabalhei em banco e sei bem como é, solicitamnente, então, respondi pela segunda vez; sim, é débito!  Mas para minha surpresa no momento em que respondi percebi que a caixa estava novamente apertando os botões da máquina, agora para registrar  a operação do meu cartão. Como isso requer atenção para não errar os números e códigos, mais uma vez a atendente não prestou atenção ao que eu dizia e pela terceira vez me perguntou; débito?  Eu não acrediteie respondi com uma pergunta;_ É sério o que você está me perguntando? Neste momento a caixa me olha perplexa como se nunca  ante tivesse feito tal pergunta. As pessoas da fila, já aflitas com a demora, não acreditavam naquilo e já começavam resmungar:
 __Ih!!! esse cara quer confunsão!
 __Pô a caixa demora um século e ele ainda quer questionar?
   Diante da pressão e incompreesão por parte da fila, acenei com a cabeça um sim, meio desanimado, pois me recusava a responder, pela quarta vez, que a  compra seria feita no débito.
   Mas esse pequeno incidente que aconteceu em poucos minutos ali no caixa do mercado, me fez ficar pensando porque as pessoas não escutam mais umas as outras, neste caso em especial, a caixa só olhou pra mim quando lhe fiz a pergunta que interrompeu seu automatismo-mecanizado-computadorizado-inumanizado,  porque até então ela me perguntava ao mesmo tempo em que olhava para o teclado e para os produtos que deviam passar no leitor óptico.  Saí de lá com sensação de mau estar. Como pode você ficar sem a razão diante de um acontecimento desses?  Então se não agirmos no estilo automatizado estaremos fadados ao esquecimento? Ou o esquecimento já se faz presente diante da mecanização das atitudes?    Em função de  um falso progresso  parece que todos os dias alguma coisa vai ficando pra trás ou vai deixando de existir. Felizmente acredito naquilo que não vejo e sei que a educação, o bom tratamento, a atenção existem ainda que não as vejamos mais.

4 comentários:

  1. Sabe que eu já passei por isso também? Chega a ser constrangedor você ver que há um ser humano ali na sua frente que não consegue mais ser humano...
    Tristes tempos!
    Sorte e saúde pra todos!

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  2. Olá, Celso!
    Saudade!
    Como cidadãos de grandes metrópoles, entendemos o estress e cansaço mental de muitos, incluindo aí os jovens.
    Parece que não estão prestando atenção, mas, quem sabe, estão tentando focar a atenção naquilo que estão fazendo. Esse treino exige, também, atenção e é nisso que eles pecam, deixando a desejar neste quesito9, nõa é mesmo?!
    Mas é bom quando conseguimos compreender a limitação do outro e quando fazemos o melhor que pudermos neste sentido.
    As pessoas estão com muita pressa, estão mais exigentes e intolerantes...Estamos nos distanciando de pessoas e nos aproximando mais das máquinas, levando-nos a agir como elas, muitas vezes.
    Valeu sua história, Celso.
    Bom carnaval a você, ao Pedro e Jaqueline.
    Muita paz! Beijossssss

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  3. Pois é, Celso, por vezes também sou protagonista deste diálogo de surdos. Se fosse com Seu Antonio, o homem magro que escolheu ser meu pai, o barraco estaria armado: "menina, você é surda ou está se fazendo de boba?". Há ocasiões em que é preciso perder a paciência para restaurar o humano que em existe em nós e nos nossos quase semelhantes.

    Um abraço.

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  4. kkkkkkk...tem razão, Celso!
    Aliás, há dias, ligaram-me de uma instituição, com a qual colaboramos regularmente, e perguntaram pela centésima vez,pelo meu marido, e eu retorqui irritada, se seria muito difícil trocar o nome dele pelo meu, dado que sou sempre eu que atendo, que falo, que concedo a nossa contribuição. A senhora atrapalhada pediu desculpa, vamos ver da próxima!

    Um abraço.

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