segunda-feira, 31 de maio de 2010

DevAneiOS l



 Estou aqui na madrugada sem vontade de dormir. Não parece ser uma insônia, poi esta incomoda,  é uma falta de vontade incômoda, ao contrário do meu estado sonambulamente consciente. Me acompanha na sala a gata. Depois que dou uma olhada nos blogs dos amigos arrisco voôs novos. Muita gente interessante mas que só quer ser lida, não devolve comentários e nem visitas, isso desanima um pouco mas continuo confiante...  Desligo o computador e venho para sala escrever um pouco antes de dormir, lentamente olho em volta para cada objeto que mora aqui em casa.  Açucares e café instatâneo sobre a mesa junto com a stevita da Jacque.  Os discos, as contas, os livros, os quadros, os videos. Algumas poucas fotos na estante contam a  nossa história desde quando namoravamos passando pelo falecimento do sogrão até a chegada do Pedro. Os  vidros de homeopatia que só a Jacqueline para ministrá-los, lembranças de alunos, incetos empalhados e  moedas aos montes. Lá em cima no último patamar da estante encontro fitas cassete e fitas VHS empoeiradas.  Saudade, nossa gata, agora espreguiça-se no sofa ao lado do Mac Steel que Pedro esqueceu por aqui. Um metrônomo que deixou a muito de marcar qualquer tempo, mostra-se imponente em sua caixa pirâmidal de madeira (ainda  o conserto). Apesar de nunca ter usado tal instrumento para estudar as escalas e exercícios. Meu estômago reclama a falta de algum lanche ou mesmo um copo de leite. Podia continuar a escrever e a escrever sobre o silêncio de casa    que depois da meia-noite revela a sonoridade das coisas na memória de um sonâmbulo porque " a tinta de escrever, por suas forças de alquimica tintura, por sua vida colorante, pode fazer um universo, se apenas encontrar se sonhador(...)que cada um dos leitores -leitores que leêm os signos- escolha aqui, portanto, o mineral de seu próprio destino; o mármore, o jaspe, a opala: que cada um encontre a gruta onde vegeta a pedra que lhe está intimamente relacionada(...) Se souber escolher, se escutar os oráculos da tinta profética, terá a revelação de uma estranha solidez dos sonhos" (Bachelard). O antídoto eu já encontrei; escreva por volta de umas 30 linhas o que vier a mente, alimentando um sonho que já se vive, então assim, seu devaneio materializa-se a cada nova linha  na  histária guardada por cada objeto.  Opa! o sono tá chegando, as letras vão se misturando...melhor me recolher  que pego cedo no batente..só ouço o motor da geladeira em duas ou três vozes. A medida que guardo meu material constato que a madrugada é um refúgio, daí minha sensação de conforto diante da falta de sono. Acho que agora eu vou é acordar, boa noite!!   

10 comentários:

  1. Tem toda a razão mermãozinho Celso!
    Os escrevedores de blogs gostam e sentem falta de um comentário. Não importa se aprovando ou desaprovando o escrito.
    O alimentio do blogueiro, aquele que lhe dá força de continuara escrever e, se possível, melhorar seu estilo é o comentário postado por seus pares ou até de impares.
    Termino este comentário torcendo para que tenhas, enfim, conciliado o sono e descansado para enfrentar, desperto, mais um dia de luta.

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  2. Olá mano Celso!

    Quero aqui dizer que conseguiste com este texto, nos transportar para junto de ti… Por descrever com tantos detalhes o ambiente onde estavas curtindo tua insônia. Eu que também tenho a habito de zumbi ar nas madrugadas, entendo muito bem o que aqui relatasse.
    E quanto, as visitas que fazemos e deixamos nossos comentários e nunca obtivemos respostas, deixa-nos constrangido sim! Mas como se diz, estamos ai… E vamos, sempre nesta caminhada, em busca de novos amigos blogueiros… Que nos entendam e venham com suas visitas nos prestigiar.

    Um abraço mano e até +

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  3. Você disse bem, há faltas de sono que não podem ser chamadas de insônia, porque são cheias de energia e vontade de realizar alguma coisa.
    A casa fica poética, assim em silêncio...

    Beijo pra vocês.

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  4. Olá Celso,passei para conhecer seu blog e para agradecer sua visita no Arte em foco ,você tem razão gosto muito de aquarela e o sonho sempre está presente em meus trabalhos .É muito bom alçar vôos mesmo de pés no chão.Espero que possamos continuar trocando figurinhas.Sucesso sempre .Parabéns pelo seu trabalho também
    Edilene

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  5. Rapaz, vc até que tem uma porção de seguidores. Acho que vc tá reclamando de barriga cheia. boas noites.

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  6. Celso um belíssimo texto no meio da noite, no meio da insônia. Sao as palavras gritando querendo sair do peito, `s vezes sao às preocupacoes do dia a dia, da conta por se pagar, da educacao do filho ou até mesmo nada a nos preocupar mas simplesmente nao se consegue dormir antes de pôr as letras para dancarem num post.

    Parabéns, gostei muito.

    Bom fim de semana prá vocês

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  7. Olá Celso boa tarde!

    Mano Celso, valeu a visita e teus comentarios! E bamos que bamos, pois estamos sempre correndo para não perder o lotação... Este lotação, que nos leva aos caminhos das guerras cotidianas. Mas, se não lutarmos perecemos por estes caminhos da vida.

    Um abraço e bom final de semana junto aos teus e Até+.

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  8. Muito interessante o seu texto, Celso!
    Manter um blog não é brincadeira: dá trabalho! Físico e emocional. E você tem razão: precisamos de seguidores; precisamos de leitores; precisamos de comentários para que possamos sentir vivos os nossos escritos.
    Grande abraço!

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  9. Oi Celso.
    Bela crônica sobre a falta de sono (seria injusto chamar de insônia, já que esta é, geralmente, entendida como um estado de angústia). Te invejo pela placidez com que encaras uma noite indormida.
    Um abraço.

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