domingo, 2 de maio de 2010

Escrita

 A despeito dos avanços  tecnológicos, nas suas opções de arquivamento e facilidades como a diminuição do acúmulo de papeis prefiro escrever a mão antes de postar meus textos. Curiosamente isso acontece também com relação a música,pois o instrumento que escolhi tocar não funciona a base de energia elétrica portanto se faltar luz eu continuo tocando minha flauta seja ela de metal ou aquela de bambú que lembra o primeiro homem. Gosto do cheiro da tinta quando estou de caneta ou do som do lápiz deslizando no papel. Eles amarrotam a folha de um jeito gostoso. Inevitalvelmente acumulo folhas, e por isso a falta de ordem nas postagens, mas elas são testemunhas mortas que ganham vida porque guardam minhas palavras e não só por isso, mas também porque revivem ao serem folheadas por outro alguém. Não me furto a aprender os movimentos novos que a tecnologia exige, afinal é mais um mundo que serevela. No entantde  me nego a deixar  de lado o hábito da escrita a mão, esse sentimento se reforça agora  quando vejo Pedro escrever suas primeiras letras, mas já desde quando rabiscava seus primeiros desenhos  que por nós foi insentivado, sabidos que somos da importância para sua coordenação motora seu desenvolvimento psiquico. Ritual sagrado esse  da escrita que precisa de um tempo em separado. No meu caso esse tempo só acontece nas madrugadas, no silêncio, tal qual Bahelard fala " quando a insônia, mal dos filósofos aumenta devido ao nervosísmo causado pelos ruídos da cidade (...) tarde da noite, os automóveis roncam e o barulho dos caminhões me faz  maldizer o meu destino de citadino  consigo paz vivendo as metaforas do oceano" Esse ritual se faz necessário para que eu mergulhe no oceano de metaforas. Minhas próprias metáforas sem as quais não conseguiria construir meu universo. Vou levando a vida escrevendo cada pedacinho  dela letra por  letra saidos de inumeros grafites e esferograficasa marcar nestas folhas minhas impressões, assim como o primeiro homem gravou na pedra seu mundo e suas vivências vistas por nós milhões de anos depois.

11 comentários:

  1. Olá Celso boa noite!

    Meu amigo e mano Celso, eu não consegui, ficar longe deste tão maravilhoso mundo novo que descobri e me envolvi, recebendo visitas de pessoas maravilhosas, que me abriram espaço para que eu pudesse conquistar estes de poder denominá-los de amigos… Por este motivo o velho pensador, decidiu por continuar digitando para criar temas, que às vezes são imaginários e outros contos reais do cotidiano por mim vivido, com fatos onde me envolvo ou simplesmente presenciado por mim…

    O teu relato, sobre a maneira de ser a respeito das tuas escritas, digo que, tudo o que a gente faz e se sente bem, não a nada mais justo do que continuar com estes hábitos, porque se assim agirmos nos sentimos realizados em nossa maneira de ser. E como é gostoso revirar os rascunhos feitos em folhas de um simples papel, mas apesar da simplicidade, neles encontramos valiosas palavras que nos trazem boas recordações.

    Nas insônias e caladas da madrugada, em meio ao silencio ora quebrado por um latir de um cão é a melhor hora para se passar para o papel o que esta transbordando em nossa ‘’Alma ‘’. Por isso eu lhe digo, continue sendo da maneira que és e você será uma luz sempre a cintilar para quem vos conhece.

    Uma boa semana junto aos teus!

    Abraços e até +

    ResponderExcluir
  2. Oi Celso.
    Certos hábitos não nos abandonam nunca. Hemingway, por exemplo, escrevia de manhã - as descrições e diálogos interiores à lápis, de pé; os diálogos, que considerava mais fáceis, direto na máquina de escrever. Pessoalmente, rascunho à lápis, também pela manhã, e depois lapido no PC.
    Em todos os casos, inclusive no teu, o hábito primeiro permanece intocado através dos tempos e inovações tecnológicas: escrever.

    Um abraço.

    ResponderExcluir
  3. Mérmãozinho,
    escrever é um vício que alimento desde os primórdios da minha existência.
    Escrevendo à mão, datilografando nas velhas máquinas de outrora ou digitando no computador, eu sempre gostei de guardar os milhares de laudas escritas.
    Tenho, inclusive, um texto em que rendo minha homenagem a uma folha de papel.
    Esse texto já foi inserido em meus vários blogs mas, como gosto dele, em breve estarei postando-o novamente.
    Vale a pena ler de novo!

    ResponderExcluir
  4. Celso, vou te aplaudir pela insistência de continuar escrevendo à mao. Eu sou uma preguicosa e já há mais de 15 anos me adaptei bem ao teclado, morro de preguica de escrever com a caneta. Pera ai, também nao é assim, sinto saudades também disso, mas nao é sempre. Por exemplo as listas das compras continuo fazendo à mao, rs e também as listas dos assuntos que quero pesquisar para colocar na Saia Justa. Esses anotos todos num caderno que tenho aqui perto do PC.
    Mas acho maravilhoso esse seu ritual. Adorei a sua comparacao de que pode faltar luz que vc pode continuará embelezando a escuridao com suas notas musicais.

    Muito legal isso. Tô vendo vc ai no sidebar tocando flauta, rs.

    Boa semana

    Um abraco grande

    ResponderExcluir
  5. Olá, Celso!
    Também tenho o hábito de escrever à mão, até porque na maior parte das (poucas) vezes em que tenho alguma coisa a escrever, estou longe do computador, mas sempre tenho por perto papel, lápis e caneta. Também é nas noites e madrugadas que o silêncio me visita e permite que algumas linhas vão sendo escritas, embora muita coisa escrita eu não publique...
    Boa semana!

    ResponderExcluir
  6. Olá, Celso!

    Como professora, incentivo aos que querem aprender a escrever e estimulo a escrita cursiva.
    Como você, eu também adoro manuscrever...escrever a mão...
    Legal também os meios tecnológicos que nos ajudam a dinamizar nossas tarefas...amo a tecnologia também.
    Olhando o caminho que a humanidade percorreu, desde os primeiros hieroglifos até a escrita nos computadores com o simples comando dos olhos, fico emocionada e orgulhosa e entendo que, se já chegamos a este ponto, poderemos muito mais. Somos capazes.
    Pedro, aprendendo suas primeiras letras e representando o futuro da humanidade...estas crianças poderão muito mais que nós e seus filhos, seus netos e toda a sua descendência poderão muito mais que elas, não é mesmo.
    Assim caminha a humanidade, já dizia a canção popular.
    Valeu, Celso!
    Agradeço pela visita e pelo estímulo, lá no Roda.
    Excelente restinho de semana. Bom trabalho.
    Muita paz! Beijosssssss

    ResponderExcluir
  7. Celso, fez-me lembrar com isso, a entrevista de um escritor, que escreveu o seu romance num teclado do telemóvel (celular)! Achei demais.

    Bem, já fui coleccionadora de blocos nota ( agora é a minha filhota, mas ainda tenho vários) e esferográficas; aliás, ainda hoje, tudo que tem a ver com material de escrita me fascina e vejo as montras das papelarias com "gula", kkkkk...
    Neste momento, na minha bolsa tenho 3 blocos. Para textos breves, pensamentos, etc.

    A correspondência é um dos meus hobbies mais antigos, mas tb aí me rendi ao pc. Muito mais prático.

    Boa semana!
    Bjsssss

    ResponderExcluir
  8. Me habituei a digitar, porque é mais fácil, pode-se corrigir ou mudar ou deletar sem borracha e sem ter que rasgar papel. Mas reconheço que há um charme em escrever numa folha em branco, poder rabiscar um pouco, fazer um texto garatujado e meio caótico, que só a cabeça depois pra poder corrigir e aproveitar. E à noite, quando tenho uma ideia na cabeça, deixo um bloquinho e uma caneta na mesinha de cabeceira. É a hora boa de anotar o que se considera mais importante e fazer um poema que sai meio assim inconsciente, meio sonâmbulo, e em geral são os melhores.
    Por que você não grava um vídeo e manda um show de flauta via blog?
    Beijo pra família!

    ResponderExcluir
  9. Olá bom dia Celso!

    Passando para desejar um bom domingo a você e sua família.

    E uma ótima semana também!

    Abraço mano Celso e até +.

    ResponderExcluir
  10. Belíssimo...

    Andei "fora" uns dias, mas aos poucos vou voltando.

    Sim, a escrita é ritual, uma prática espiritual. Também sinto isso ao escrever, não abro mão do papel.

    Abraço fraterno!

    ResponderExcluir
  11. Adorei!
    Também gosto de escrever no papel, antes de digitar. Gosto de cadernos, de lápis, de canetas... Talvez por ter sido professora por mais de quarenta anos. Ficou o gosto...rs...
    Abração!

    ResponderExcluir