domingo, 16 de maio de 2010

Invisibilidade



Vamos passear no Shopping
enquanto seu lobo não vem, Seu lobo tá aí?
tá e quer vender,vender,vender...!!! 

Fiquei pensando nestes dias sobre a invisibilidade. Invisibilidade em todos os sentidos, mas um exemplo me chama mais atenção aquele que envolve o aspecto social. Osujeito que vai ficando invisível a medida que perde o poder aquisitivo. Traduzindo; na sociedade em que vivemos o grau de maior ou menor participação na existência é determinado pelo nosso poder de consumo, na prática poderíamos apelar para a imagem do shopping center pois "o Shopping tem uma relação diferente com a cidade que o rodeia e oferece seu modelo de cidade miniaturizada, que se torna independente soberanamente das tradições, não conheceu hesitações, archas e contra-marchas, correções ,destruições, influ}ências de projetos mais amplos, e quando há algo de história, não se coloca o conflito apaixonante entre a resistência do passado e o impulso do presente" . Prédio ascéptico, totalmente ou quase , protegido contra os indesejáveis, aqueles que não podem consumir conforme manda a lei, (tácita) ou invisível. Um lugar desenhado, arquitetado para o consumo.  Um consumo que atravessa o individuo, pois não  está mais em determinado tempo da nossa vida. Este  consumo já a  muito se entranhou no nosso dia-a-dia e para algumas pessoas é inadmisivel sair de casa sem dar uma passadinha no shopping porque "certas condutas ansiosas e obsessivas de consumo podem ter origem numa insatisfação profunda, segundo analisam muitos psicólogos. Mas em um sentido mais rtadical, o consumo se liga, de outro modo,com a insatisfação que o fluxo errático dos significados engedra. Comprar objetos , pendurá-los ou distribuí-los pela casa, assinalar-lhe um lugar em uma ordem, atribuir -lhes funções na comunicação com os outros , são os recursos para se pensar o próprio corpo, a instável ordem social e as interações incertas com os demais" . A invisibilidade dos mecanismos do marketing , que sabe para quem fala e quem quer atingir..essa invisibilidade é aquela que tem como objetivo criar uma necessidade que eu e você não temos  porque sabemos que podemos viver sem alguns (muitos) objetos.  Como somos seres frágeis, carentes no melhor e no pior sentido da palavra, incompletos nos deixamos levar por apelos abomináveis de descontos ou exclusividades. Quem melhor analisou esses mecanismos, acredito , foi Marx, trazendo a tona tudo o que estava por trás desta invisibilidade que nada mais é do que a estrutura sobre a qual moldamos nossos comportamentos. O que de invisível há nestes objetos tão desejdos? não adquirimos o objeto pelo objeto, sobretudo nos dias de hoje! melhor seria perguntar; por que não conseguimos enxergar em nós aquilo que nos impulsiona ? tenho a desconfiança que carecemos de amor, enquanto não preenchermos essa carência, seremos alvos fáceis do frenezi dos descontos, dos lançamentos exclusivos e dos objetos em número limitado. Quando o amor chega e se instala descotrtina-se o véu da invisibilidade... 

Referência:
CANCLINI,Nestor.Consumidores e cidades; conflitos multiculturais da globalização. Ed. UFRJ, 1995.                    

14 comentários:

  1. Celso, acho tudo uma manipulacao só. Infelizmente se compra demais, coisas que muitas das vezes nao vai nem se usar, simplesmente porque viu e gostou. Mesmo que o dinheiro esteja curto, compra-se.

    Eu aprendi ao longo dos anos a me perguntar antes da compra: vou mesmo usar? estou mesmo precisando? E mesmo assim ainda compro coisas que depois vejo que nao teve utilidade. Imagina quem nunca se pregunta.

    Estou numa fase onde pergunto: Se eu nao estivesse empregada, iria comprar isso? Assim tenho conseguido reduzir os custos.

    Belo texto, boa semana

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  2. érmãozinho, nessas de COMPRAR estou fóra! Me errei!
    Na situação atuial, pagar visita já é um problema sério.

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  3. Moço! Li e reli seu texto e estou aqui a dosar a minha invisibilidade! Ah, sou uma consumista inveterada, mas nem sempre com poder aqisitivo que me torne visivel.
    Mas há outras invisibilidades que me incomodam sobremaneira. Tenho certeza que vc pode apontar tb varias outras.
    Aliás, gosto deste seu dedo na consciência de quem ainda a tem! rs
    Beijo.

    PS. Talvez vc nem se lembre mais de mim. Sumi do outro blog, mas estou reaparecendo aqui, tá?

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  4. Oi Celso,
    Complicado nossa vida contemporânea não? O consumo realmente é um dos grandes Bichos Papão da era moderna. Difícil resistir ao seu forte apelo. Mas a conscientização é fundamental par melhorarmos como seres humanos. A propósito, já dei uma passada nos blogs de seus alunos. Show! Parabéns!
    Bjs

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  5. Ah! Quando pegar o nome do blog de minha irmã eu te mando para você ver as obras dela.
    Bjs

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  6. Olá meu amigo. Eu devo ter algum parafuso solto porque não suporto shopping. Vou obrigada e volto de com um humor do cão, mas conheço gente que se não for dar uma voltinha e se não estourar mais um pouquinho o cartão de credito não fica feliz.
    Beijocas

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  7. Jura que o meu coment tem letrinhas? Não fazia a minima ideia. Odeio elas tb. Vou tirar.
    beijocas

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  8. Acho que achei onde tira, depois me fala se saiu.

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  9. Carentes de amor, todos nós somos. E há uma coisa que Lacan chama "a Falta", certamente ligada ao início da vida, à perda do seio materno, a um desamparo que está presente em todas as vidas humanas, por mais bem-sucedidas que sejam. Mas que às vezes fica insuportável, quando existem outras carências, especialmente as de ordem afetiva. O marketing sabe disso, e envolve as pessoas com a ilusão de que o remédio para tudo está em comprar. É triste, mas é verdade, e a maioria cai na cantada da propaganda, quase sempre sem nem desconfiar do que lhe acontece.
    Tenho a impressão de que o grande problema das pessoas em geral é o desconhecimento de si mesmas, que aumenta a vulnerabilidade humana e as afasta cada vez mais da própria verdade.
    Enfim, Celso, falei feito uma doida.

    Beijinhos.

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  10. Celso, temos entrevista e sorteio no blog com um autor bem conhecido na blogesfera. Acho que você vai gostar muito.

    Um beijao

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  11. Oi Celso,
    Trouxe o endereço do blog de minha irmã.
    http://arteemfoco-edilene.blogspot.com
    Lá ela postou fotos de suas pinturas. Está bem legal.
    Bjs

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  12. Ah... shoppings centers. Não gosto destes lugares. De fato, carecemos de amor e acabamos transferindo as necessidades emocionais para os bens materiais, coisas que em muitos casos realmente não são necessárias, mas cuja necessidade foi sendo cada vez mais inventada. Triste pensar que tantas pessoas nem sequer se dão conta disso...

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  13. Olá amigo Celso boa tarde!

    Este seu texto faz nós repensar, em nossos hábitos de consumo… Que, com este incrível jogo de marketing, até mesmo os invisíveis, fazem uso do pouco que lhes restam, para desfrutarem das ofertas mirabolantes, lançadas na mídia publicitária e assim, estes acabam por ser incluídos na lista de consumidores impulsivos…

    Valeu o recado através deste!

    Um ótimo fim de semana pra ti junto aos teus!

    Abraço e até +.

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  14. Oi 'mermãozinho'!
    Pois então Celso...O marketing cumpre o papel pelo qual foi 'destinado' e envolve à todos...Uns além da conta,outros um pouco menos e assim segue adiante!
    Passei para deixar um alô...Fui visitar os espaços de seus alunos e gostei do que ví...Seu incentivo é fundamental e essa meninada têm talento,basta ir 'polindo essas pedrinhas preciosas'!Sucesso prá vcs todos!
    Volto outra hora...
    Fiquem com Deus e té+!Abraço irmão guerreiro!

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