segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Origens da desagregação.


Essa foto ai em cima é realmente linda, não é? Eu também concordo. Ela foi tirada por ocasião da festa de aniversário do Pedro que aconteceu no último dia 20.11. Aqui no blog  vocês já devem ter percebido que somos pais a moda antiga. Nestes  aniversários, "vida a fora",percebemos que algumas práticas, homeopaticamente, vão contribuindo  para desagregação de uma comunidade que normalmente era mais unida e se conhecia melhor. Me refiro a comunidade dos pais.  Eu sei que muitos fatores contribuem para esse fenômeno que tem sido desconsiderados por muitos.  No entanto, a cada aniversário percebemos o descontrole da criançada refletida em uma série de atitudes no decorrer do evento. Esse descontrole é sempre pontuado pelas professoras, mas muitos pais parecem fingir não ouvir. Exatamente como o menino que, ao ouvir minha voz lhe chamando atenção, fingi não escutar e continua batendo no colega , ou não respeita o tempo do pula-pula (porque só existe ele no mundo). As notícias de jovens que agridem outras pessoas  simplismente porque não se agradaram do jeito do outro   ou porque foram contrariados em alguma "vontadezinha" são cada vez mais frequentes e as pessoas não sabem porque isso acontce. Isso acontce em parte porque nossos pequeninos desde muito cedo, sobre o pretexto de adquirirem autonomia, são deixados a própria vontade ou a propria sorte de seus desejos ainda imaturos. O aniversário está entre os últimos dispositivos de aglutinação   onde podemos entrar em contato com as famílias, conhecer os pais e construir uma rede de conhecimentos que pode de alguma forma, se não proteger, pelo menos livrar nossos filhos de acidentes, maus tratos e da prática que insiste e persiste nas escolas, o famigerado bullyng. Assistimos alarmados a mudança de comportamento que com certeza influênciará o caráter desses futuros adultos. Fico me perguntando se o caso daquelas duas meninas mortas na Bahia, depois de trocarem mensagens via internet durante bastante tempo com o conhecimentos dos pais, não seja consequência deste lento,  mas definitivo, processo de desagregação, onde ninguém  fala nada, ninguém chama mais atenção, onde não se diz mas NÃO. É muito ingênuo acreditar que a escola vai suprir deficiências advindas de casa, mas infelizmente a mentalidade parece caminhar para esse rumo e tal qual um produto replicado, comprado no shopping a Educação vai  perdendo sua aura e vai se misturando as neurozes e as faltas cada vez maiores, vivênciadas, nesta terra de ninguém  em  que se transforma a sciedade mais próxima de nós, aquela comunidade que vai afroxando seus laços.   

3 comentários:

  1. Excelente post, Celso. Concordo contigo, ser pai e mãe é participar, saber impor limites e repreender no momento em que for adequado, sem jamais perder a ternura. A ausência da autoridade familiar resulta em crianças, adolescentes e adultos que desconhecem um dos preceitos básicos da vida em comunidade: o respeito ao próximo.

    Um abraço pra ti e outro no Pedro, com os meus votos, atrasados, de feliz aniversário - saúde, paz e prosperidade para todos vocês.

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  2. Há uns tempos ouvi na tv um psicólogo contar como é frequente os pais lhe perguntarem como se diz não ao filho! A resposta foi simples: dizendo! Não!
    Não sei porque esta geração de pais foi tão contrariada e tão obediente se tornou agora tão dócil como cordeiros; obedeciam aos pais cegamente e agora obedecem aos filhos!

    Cá em casa temos muito o hábito de convidar amigos das crianças para passarem a tarde, em férias da escola e fins-de-semana. É uma forma de conhecer as crianças e aos pais. Além disso, desde muito pequeninos que dizemos aos nossos filhos para se afastarem das crianças mal comportadas e agressivas, na escola; explicamos que os amigos influenciam, e sendo mal-comportados influenciam para pior, então é melhor escolher os bem comportados. Tem resultado, eles são muito criteriosos nas escolhas dos amigos.

    O que me parece é que os pais já não têm tempo para serem pais na verdadeira acepção da palavra, Celso. As crianças são educadas por estranhos, em escolas, e o pouco tempo que estão em casa, acordados, estão no pc, na PS, ou no quarto!
    Assistimos à desagregação total da família, sem dúvida. O que é uma pena, porque é a base da sociedade, e sem ela, o que será da sociedade?!

    Um abraço.
    P.S. Quando envio os selos?! O meu mail: maeemuitomais@portugalmail.pt
    está a funcionar sim!

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  3. Muito boa reflexão, e esse é um assunto extremamente complexo e que deve ser debatido constantemente.
    Isso de deixar a criança crescer e fazer as coisas por sua própria vontade, pois assim "se constrói a autonomia da criança" parece reflexo de uma mal instalada forma de um Construtivismo mal entendido e pessimamente praticado... Outra coisa é que também hoje a família se reestrutura em novos padrões, que até há pouco não eram tão comuns como hoje... costuma-se dizer que a família está "desestruturada", mas será que está desestruturada no sentido de que está errada? O casamento não é eterno, há mães que têm filhos sozinhas, casais homossexuais, famílias formadas por divorciados que trazem os filhos das relações anteriores, enfim, a instituição família é hoje um grande e complexo mosaico que não segue mais necessariamente o padrão a que sempre estivemos acostumados... mas nesse processo é fato que a criação das crianças precisa ser cuidadosamente analisada.
    E a escola no meio disso tudo? A escola tem sido um grande depósito de crianças. Na sociedade da informação, a escola deixou de ser o lugar onde se aprendem conteúdos... educar para a cidadania porém não compete apenas à escola, sendo uma tarefa da família, da escola e da sociedade como um todo, que tanto carece rever seus valores mais básicos.
    Nossa, eu escreveria mais, mas vou parar por aqui. Gostei muito de ler seu texto, me fez pensar numa porção de coisas...

    Grande abraço!

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