terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Quanto tempo!!!

      Quanto tempo sem escrever...sem escrever no papel virtual, no blog que ainda visualizo vez ou outra, porque a escrita que tenho feito é aquela do dia-a-dia. Que não dá tempo de registrar. A escrita do devir. Relendo textos antigos, revisitando visitantes amigos, me deu uma vontade de voltar a escrever. Mas escrever o que? se por enquanto só sei que tenho vontade, mas não sei o que dizer! Sinto falta dos correios, não pela sua rapidez na entrega mas ao contrário, pelos dias que levava até fazer com que nossa carta fosse entre ao destinatário. Pedro cresceu. Falante que só, já está com dez. Adora desenho, música só não fez amizade, ainda, com os números. Continuamos Jacqueline e eu ensaiando os giros mortais, duplos espelhados, buscando a sincronia tão almejada só conseguida pelos insistentes.
    Corre pra lá, corre pra cá...na pressa vamos deixando algumas coisas de lado. A escrita, nesse caso, foi uma delas. Aquela escrita que exercitava o simples prazer de escrever foi substituída pela escrita da sobrevivência..relatórios de tutoria, trabalhos de pós graduação. Nada de devaneio. Descobri que não tenho talento para escrita acadêmica sempre a exigir rigorosidade no registro. As normas e determinações transformam aos poucos seus pensamentos em locais áridos e insípidos. Não é atoa que encontramos poucos bons textos entre trabalhos acadêmicos. Quando encontramos, geralmente, escapam da norma. Burlam o padrão. Ih...nada de reclamar porque saudade não reclama, saboreia lembranças!! E nada melhor do que correr  folha a divagar sem preocupações profundas com o que foi dito acima ou  com a coerência da citação a seguir. As conquistas de Pedro, que desliza seus finos dedos pelas teclas do piano,  assim como as de minha Doutesposa Jacquelinda que em breve publicará sua tese, já posso saboreá-las, todas, como doces lembranças ainda presentes. Que beleza constatar que a vida não é um turbilhão!!! As coisas não acontecem atabalhoadamente, como muitos pensam, mas vão devagarzinho,de passo a passo, tijolo por tijolo, dando forma a algo que está para além do pensamento. 
      Acredito que não podemos deixar de escrever. Me dirijo aqueles que cultivam esse prazer. Apesar de  ser um exercício solitário nos coloca para além de nós mesmos e nos enche  de esperança por saber que algo está sendo plantado. Ah! que bom poder lançar o pensamento ao vento, ou as letras...é porque pensamento também se faz com sons, com tinta, com gesto!!!   
                       

4 comentários:

  1. Bem-vindo, Celso!
    A falta de tempo, outros afazeres, novos interesses, diferentes rotinas, são coisas próprias da vida que nos levam, por vezes, por outros caminhos. Mas a escrita mental continua lá, presente, minando até conseguir impor-se. E com ela nos vamos reconstruindo, por isso voltamos sempre.

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    1. Valeu Fernanda!! Obrigado pelo comentário e um forte abraço!!

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  2. Olá Celso! Ontem mesmo parei pra pensar sobre isso e me percebi longe das palavras que me afetam... Não tenho escrito ou lido devaneios e também havia abandonado meu humilde blog... Mesmo sem ter escrito palavras minhas, fiz poesia com a poesia alheia e isso já me deixou mais feliz. Abraços e boas escritas pra vc.

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  3. Oi Celso!
    Assim como você andei afastada de um dos meus blogs: o Sonhos e Melodias. No entanto tenho dedicado mais tempo ao meu outro blog, esse literário o Sacudindo as ideias. Como ando mais envolvida com a escrita literária pra valer, acabei ficando só nesse. Que mesmo assim, andou abandonado final de ano e começo de ano devido as minhas férias. Mas estou de volta e foi bom demais aparecer por aqui também para visitar seu blog. Para não! Volte aos poucos saboreando as palavras sem pressa de degustá-las e transformá-las em uma iguaria refinada rsrs
    Gastei o verbo agora né? Muito bom rever os colegas da blogosfera. Aproveito para te convidar a conhecer esse meu outro espaço: https://sacudindoasideias.wordpress.com/
    Abraço!

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