domingo, 10 de janeiro de 2010

Começar de (ano) Novo.

    É difícil iniciar o ano diante das calamidades anunciadas, como essas que aconteceram no Rio em São Paulo e no Sul do país. O natal e o fim de ano, a cada ano que passa, ficam mais vazios do Espírito. O Espírito esvazia-se na mesma proporção em que as lojas aumentam seu movimento. É certo que muita gente que precisa de trabalho encontra uma renda a mais neste período, mas as ruas já não estão enfeitadas como nas comemorações passadas. Há um clima de intranquilidade  e uma sensação de tristeza que se confunde com alegria.  Alegria de saber que ainda temos saúde para lutar pelo futuro que não está tão longe assim e que nossos famíliares estão todos bem , alegria por saber que Deus é quem nos guia nesta batalha mas também um pouco de tristeza por saber que continuaremos a mercê de juros estorcivos, que o roubo institucionalizado continuará também, tristerza por saber que o que recebemos continuará aquem do que gastamos, não por falta de cuidado, mas pela desvalorização do dinheiro e do homem que trabalha para ter com que pagar. Tristeza porque percebemos a diminuição do amor e o aumento da intolerância, ainda que um ecumenismo tente trazer esperanças em um advento de uma religião ùnica, no lugar de um único Salvador.
  As catastrofes que todos os anos ceifam vidas, são como o falecimento de uma pessoa que conhecemos.  Não há como ficarmos indiferentes nestas horas. O número de famílias abaladas é enorme. Nunca me esqueço o dia em que levei Pedro (com 2 aninhos) no parque para soltar pipa. Por um instante me descuidei , com atenção na pipa, e quando olhei para o lado ele não estava em lugar nenhum. Fiquei cego e gritava o nome dele feito um doido, até que Pedro sai de trás de um muro e olha pra mim com um sorriso. Aqueles minutos pareciam uma eternidade, não havia sentido em nada enquanto não encontrasse Pedro. Depois do susto, finalmente, voltamos para casa; Eu trêmulo, dos pés a cabeça, e Pedro chorando pelo nervossísmo do pai.
  Me parece ser esse sentimento de falta de sentido que hoje muitas pessoas experimentam ao ter perdido seus queridos amigos e parentes. Eu só peço a Deus um pouco de sabedoria para lhe dar com as certezas e incertezas do porvir.             

5 comentários:

  1. Mano Celso,
    as tragédias, a cada ano, tiram um pouco mais da alegria que buscamos ao finais de cada ano.
    Vc tem razão, as luzes do Natal já não iluminam como antigamente.
    Será por medidas de economia ou será, que pena, por falta do espírito natalino?
    Não sei a resposta e tenho medio de descobri-la.

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  2. Olá, Celso!

    Que Deus abençoe nosso ano e que tenhamos bastante trabalho remunerado e abençoado.
    Solidarizo-me contigo e com todos os brasileiros, flagelados pelas inundações e por todos no mundo, flagelados pelo frio e por todas as variações climáticas.
    A natureza responde severamente pelo mal que fazem a ela. Temos de compreender e fazer algo (ao menos a nossa parte) para reverter este processo destrutivo.
    Quanto ao espírito fraterno, também sinto a distância das pessoas, a insatisfação de todos e o não intusiamo diante das festas de Natal.
    A alegria expressa nos sorrisos entendo que está mais para comemorar um ano a mais de vida e não necessariamente o nascimento de Jesus.
    A população do planeta está temerosa...Não sabemos quanto tempo nos resta, mas, para mim, dure o tempo que durar, haveremos de viver, aqui ou fora daqui...então, temos de continuar nosso trabalho...O trabalho de reconstrução de nós mesmos, para que tenhamos mundos melhores para renascermos e sermos felizes.
    Feliz 2010 para você e toda a sua família.
    Muita paz! Beijosssssssssss

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  3. mermão Celso,
    obrigado pela visita e comentário no meu cantinho de rabiscos.
    S´[o como informação, nos periodos que trabalhei nessa cidade maravilhosa o inferninho que costumava ir era o "Portland" na Av. Rio Branco quase esquina da Presidente Vargas, e me hospedava no Hotel São Francisco.

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  4. Uma análise bem exata da situação, agora agravada pela catástrofe do Haiti. O desamparo toma conta das pessoas, e por outro lado há os que fingem uma alegria meio sem sentido. Mas é a vida, e também é preciso identificar, no meio de tudo, algum motivo de esperança, manter alguma serenidade, tentar melhorar o que está a nosso alcance.
    Obrigada por sua presença, sempre muito bem-vinda.

    Um ano de paz e solidariedade, é o que a gente pode desejar para 2010.

    Beijo pra você.

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  5. Peço a Deus que dê a todos nós um pouco mais de solidariedade em atos e atitudes, em todos os dias de todos os anos. E O agradeço por textos como este seu.

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